quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

SINDICATOS EM LUTA POR TERRITÓRIO


Imagem obtida no “Blog do Valdemar”

SINDICATOS EM LUTA POR TERRITÓRIO
(UGT em silêncio)

O Sindicato dos Bancários do Norte, por vontade expressa dos respectivos associados em Dezembro de 2019, passará a denominar-se “SBN – Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal” e abrangerá todo o território nacional.

Esta deliberação não constitui uma surpresa, pois é o prosseguimento dos conflitos com as Direcções sindicais do “Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas” (SBSI) e do “Sindicato dos Bancários do Centro” (SBC). Já em Janeiro de Janeiro de 2019, o SBN recusou-se a assinar um Protocolo que iria dar (como deu) origem a um sindicato nacional do Sector Financeiro, o que levou, na altura, um dirigente do SBN a ameaçar: "Estamos muito atentos. Se os outros sindicatos avançarem para uma estrutura nacional, abrangendo a nossa área de intervenção, também nós avançaremos para tornar o SBN num sindicato nacional".

Um sindicato único dos trabalhadores bancários é uma aspiração de longa data dos trabalhadores do sector que consideravam que essa unidade poderia trazer maior força às reivindicações e promoveria uma maior sinergia dos recursos necessários. A constituição de uma Federação (FEBASE) foi, em determinado momento, a resposta encontrada pelos dirigentes que consideraram (contra a opinião de muitos) que nesta federação se iria alicerçar a solidariedade e a unidade entre todos os trabalhadores, desenvolvendo a sua consciência sindical”. Fica, agora, bem patente que não se conseguiu solidariedade e, muito menos, unidade.

Quando em 2018 o SBC, SBN e SBSI promoveram referendos autónomos, com perguntas diferentes, em que, na pratica, alargavam o âmbito geográfico de intervenção a todo o território nacional para, segundo o SBSI, poder vir a integrar um Sindicato ÚNICO, a questão, pareceu-me, então, melindrosa, pois podia ser entendida como uma “OPA” hostil aos outros sindicatos. E foi-o, ao ponto de agora o SBN vir dar a resposta que considera adequada e necessária.

É interessante constatarmos que estes 3 sindicatos integram a UGT (de que são fundadores) e que, de alguma forma, são um importante suporte financeiro. É também interessante constatarmos que Carlos Silva, Secretário Geral da UGT e ex-Presidente da Direcção do SBC, não se tem pronunciado publicamente (que eu tenha conhecimento) sobre esta situação e desconhece-se (eu desconheço) uma eventual posição conducente ao apaziguamento desta “guerra”.

Já agora permitam-me uma pergunta quiçá inoportuna:

Como é que estamos de reivindicações, acordos salariais e de Defesa dos direitos do trabalhadores bancários?


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