quarta-feira, 24 de abril de 2024

O COMANDANTE DO 25 DE ABRIL

 

Imagem obtida na Revista ”O Referencial”


O COMANDANTE DO 25 DE ABRIL


Alea Jacta est” (“a sorte foi lançada”) foi a expressão de Otelo Saraiva de Carvalho, escutada pelos camaradas que o acompanhavam no Posto de Comando do MFA, instalado na Pontinha (Lisboa), quando ouviram “E depois do adeus”. Faltavam 5 minutos para as 23 horas.


Em todo o país os militares obedecendo ao plano estratégico guisado por Otelo davam início aos preparativos do que viria a ser uma Revolução vitoriosa.


Grândola, vila morena” foi anunciada aos 25 minutos do dia 25 abril de 1974 por Leite de Vasconcelos, no programa “Limite” da Rádio Renascença, confirmando que a revolução seria naquele dia.


A partir daquele momento os militares estavam na rua. A emoção no Posto de Comando era grande. Já não havia retorno!


É a Liberdade que nasce nessa madrugada. Otelo é um dos homens a quem devemos essa Liberdade. “O Comandante do 25 de Abril”, como o chamou Almada Contreiras.


No “O REFERENCIAL”, uma revista propriedade da “Associação 25 de Abril”, cujo número 142 é dedicado quase exclusivamente a Otelo Saraiva de Carvalho, muitos foram os que depois de um extenso texto sobre a vida de Otelo (SENHOR DO SEU DESTINO), o recordam nessa Revista:


Amadeu Garcia dos Santos (UM EXTROVERTIDO),

António Ramalho Eanes (OTELO TEM DIREITO A UM LUGAR DE PROEMINÊNCIA HISTÓRICA),

Carlos de Almada Contreiras (AO COMANDANTE DO 25 DE ABRIL),

Carlos Matos Gomes (MAS… …Dos que atiram a pedra e escondem a mão),

Francisco Barão da Cunha (LEMBRAS-TE?),

Franco Charais (UMA SINGELA HOMENAGEM),

Isabel do Carmo (DO LADO DOS FRACOS),

José António Santos (O VERÃO QUENTE DO ÓSCAR),

José Carlos Alvarez Tasso de Figueiredo (MADRUGADA DE 25 DE NOVEMBRO),

José Eduardo Fernandes de Sanches Osório (CUMPRIMOS A MISSÃO),

José Manuel Costa Neves (CARTA AO MAESTRO),

Luís Moita (CANDIDATURA DE OTELO EM 1976),

Luís Noronha Nascimento (SÍMBOLO MÍTICO DO 25 DE ABRIL),

M. Simões Teles (EM PROL DA MEMÓRIA),

Maria Manuela Cruzeiro (UM HOMEM DO NOSSO DESTINO),

Mário Tomé (COMANDANTE LIVRE DUMA REVOLUÇÃO LIBERTADORA),

Martins Guerreiro (O HOMEM E AS CIRCUNSTÂNCIAS),

Martins Guerreiro (OBRIGADOS A UMA PARAGEM DE REFLEXÃO E HOMENAGEM),

Miguel Judas (HUMILDE E INSUBMISSO),

Nuno Pinto Soares (REFERÊNCIA PARA TODOS),

Pedro de Pezarat Correia (OTELO, SEM SES… NEM MAS…),

Pereira Pinto (COM VISTA À DEMOCRACIA),

Rodrigo Sousa e Castro (UM AMIGO LEAL NO POSTO DE COMANDO),

Sérgio Bruno de Carvalho (MORREU O MEU QUERIDO PAI),

Vasco Lourenço (ESTES HOMENS TAMBÉM CHORAM).

As declarações sobre Otelo podem ser lidas e / ou “descarregadas”

AQUI


segunda-feira, 22 de abril de 2024

O LIVRO ESQUECIDO DA REVOLUÇÃO

 

Imagem obtida na “Livraria ler com gosto”


O LIVRO ESQUECIDO DA REVOLUÇÃO


Ao longo dos últimos 50 anos fizeram-se os mais diversos documentários e filmes alusivos ao 25 de Abril de 1974. Realizaram-se as mais esclarecidas entrevistas radiofónicas e televisivas sobre esta revolução. Escreveram-se os mais empolgantes textos difundidos em jornais e revistas.

E nestes 50 anos do 25 de Abril são inúmeros os livros que esmiúçam à exaustão o antes e o depois da Revolução, mas… há um livro que está esquecido:


ALVORADA EM ABRIL

Este livro de mais de 650 páginas, da autoria de quem, no dizer de Eduardo Lourenço, esteve “Colocado no centro de uma acção que num dia longo alterará uma rotina que parecia eterna, Otelo Saraiva de Carvalho está mais que indicado do que ninguém para desfibrar a trama daquilo que poderia ter sido apenas um golpe militar – e que acabou por ser bem sucedido, quer isso agrade ou não, uma Revolução das mais singulares da nossa história, e singular até no panorama dos movimentos revolucionários contemporâneos”.


Pois este livro anda para aí escondido. Porquê?

1 - Porque tem um prefácio de Eduardo Lourenço?

2 - Porque na primeira parte refere os acontecimentos “De 1954 a 1974: Em que medida a portuguesa História recente contribuiu para a formação do Movimento dos Capitães”?

3 - Ou porque analisa o que foi “A penúltima gota do cálice ou de como os capitães entram em cólera”?

4 - Ou ainda porque descreve qual foi “A última gota do cálice ou de como se chega finalmente à conclusão de que isto só vai à porrada”?

5 - Ou porque, finalmente, na quarta e última parte do livro se aborda “O triunfalismo do Regime e a teimosia dos capitães ou de como perder uma batalha não significa necessariamente perder a guerra”?

Mas, a importância deste livro também reside nos seus 32 anexos compostos por documentos de importância crucial para que a operação militar surgisse vitoriosa.

Seguramente que não terá sido por nenhum dos motivos acima evocados. Então será porquê? Por ser da autoria de Otelo Saraiva de Carvalho?


Na Assembleia da República exortam-se anualmente, com a presença dos muitos ainda vivos “capitães de Abril”, a data da libertação de um regime que ao longo dos anos deixou progressivamente de ser considerado fascista para assumir o estatuto de ditadura, deixando prever que dentro de outros 50 anos até poderá passar a ser classificado como um regime austero.


As músicas de intervenção, criadas ao tempo da ditadura e as que nasceram ao longo do PREC (Período Revolucionário Em Curso) foram sendo relegadas para o esquecimento e, agora, algumas, as que não trazem grandes incómodos, começam-se a ouvir.

O que talvez melhor defina estes 50 anos da Revolução do 25 de Abril serão as palavras de José Mário Branco na letra da sua extraordinária canção “Eu Vim de Longe”:

.../…

Tinha esta viola numa mão

Uma flor vermelha noutra mão

Tinha um grande amor

Marcado pela dor

E quando a fronteira me abraçou

Foi esta bagagem que encontrou

.../…

E então olhei à minha volta

Vi tanta esperança andar à solta

Que não hesitei

E os hinos que cantei

Foram frutos do meu coração

Feitos de alegria e de paixão

/…

Quando a nossa festa se estragou

E o mês de Novembro se vingou

Eu olhei pra ti

E então eu entendi

Foi um sonho lindo que acabou

Houve aqui alguém que se enganou

.../...

E então olhei à minha volta

Vi tanta mentira andar à solta

Que me perguntei

Se os hinos que cantei

Eram só promessas e ilusões

Que nunca passaram de canções

.../…

Quando eu finalmente eu quis saber

Se ainda vale a pena tanto crer

Eu olhei para ti

Então eu entendi

É um lindo sonho para viver

Quando toda a gente assim quiser




NOTA IMPORTANTE: Para quem não tem o livro “Alvorada em Abril” e não o consegue adquirir pode, se nisso tiver interesse, aceder gratuitamente ao mesmo AQUI


quinta-feira, 4 de abril de 2024

ESTA PROPOSTA É PARA SI?

Imagem obtida no site do STEC

 

ESTA PROPOSTA É PARA SI?



Estabelecer um limite ao aumento das taxas de juro nas prestações dos créditos à habitação e criação de uma moratória por um ou dois anos que possibilite interromper o pagamento de capital e juros, sem penalização no período remanescente do contrato, protegendo-se milhares de famílias do risco de incumprimento


Se concorda com esta proposta tem que ler as outras que são propostas pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos e, se continuar a concordar, assinar a petição a que pode aceder AQUI



domingo, 31 de março de 2024

TERRORISMO NO CROCUS CITY HALL EM MOSCOVO

 

 Imagem de By Mosreg.ru obtida na Wikipédia


TERRORISMO NO CROCUS CITY HALL EM MOSCOVO

QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?


Os meios de Comunicação social tradicionais, uma vez mais, reportam e abordam o acontecimento que vitimou umas centenas de pessoas numa abordagem única e os comentadores parecem limitados, quiçá pelo tempo de que dispõem, a explicar com alguma profundidade toda a situação, as dúvidas e as incoerências factuais que aparentemente apontam outros caminhos e outros responsáveis, além dos que parecem ser os “oficiais”.


Num vídeo com mais de uma hora de duração o Major-General Agostinho Costa baseado na análise dos factos, coloca em dúvida a narrativa “oficial” e até perspectiva uma mudança, por parte da Federação Russa, no desenrolar da guerra com a Ucrânia e que muitos já consideram uma guerra com a NATO / Estados Unidos através da Ucrânia.


(Para quem ignora quem é Agostinho Costa pode ler abaixo uma biografia simplificada deste Major-General)


O objectivo deste vídeo é pois colocar ao dispor dos interessados uma interpretação diferente do que têm ouvido ou seja, o contraditório. Depois… o juízo é de cada um.





QUEM É O MAJOR-GENERAL AGOSTINHO COSTA

O Major-General (R) Agostinho Costa ingressou na Academia Militar em 1977, tendo concluído a licenciatura em Ciências Militares, em outubro de 1982. É oriundo da Arma de Infantaria, tendo sido promovido ao atual posto em fevereiro de 2010.

Averba diversos cursos/qualificações, destacando-se: Curso de Estado-Maior, frequentado no Instituto de Altos Estudos Militares (atual Instituto Universitário Militar); Curso de Planeamento de Operações Conjuntas, frequentado no Reino Unido; Curso Promoção a Oficial General, frequentado no Instituto de Estudos Superiores Militares (atual IUM); e o Top Senior Police Officer Course: The Stockholm Programme Realisation, da CEPOL (Agência Europeia de Formação Policial).

É Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa, tendo apresentado uma dissertação subordinada ao tema “Os Sérvios e a estabilidade dos Balcãs”.

Ao longo da sua carreira desempenhou várias funções em território nacional e no estrangeiro, das quais se destacam as seguintes: no estrangeiro, foi Observador Militar da ONU durante o conflito da ex-Jugoslávia; Oficial de Operações do Estado-Maior da 3ª Divisão Italiana/Allied Rapid Reaction Corps, em Itália; Chefe da Repartição de Operações do Estado-Maior da Brigada Multinacional Oeste, imediatamente após o conflito do Kosovo; como Oficial General foi Chefe do Estado-Maior da European Rapid Operational Force (EUROFOR), em Itália.

Em território nacional, com o posto de Coronel, comandou a Escola de Tropas Paraquedistas e chefiou o Gabinete de Planeamento e Programação do Instituto de Estudos Superiores Militares (atual IUM).

Na Guarda Nacional Republicana, como Oficial General, desempenhou as funções de Comandante da Escola da Guarda, Comandante do Comando da Doutrina e Formação, Comandante do Comando Operacional e Segundo Comandante-Geral.

Ao longo da sua carreira foi distinguido com vários louvores, tendo sido agraciado com diversas condecorações de Portugal, Espanha, Itália, da ONU e NATO.

É membro dos seguintes associações: e think tanks na área da segurança: Centro de Estudos EuroDefense-Portugal; Grupo de Reflexão Estratégica sobre Segurança (GRES), do Instituto de Direito e Segurança da Universidade Nova de Lisboa; Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT); membro do conselho editorial da revista Segurança e Defesa; membro do Clube de Lisboa.

Tem vários artigos de opinião publicados sobre assuntos de segurança, sendo coautor das publicações: “Segurança Horizonte 2025 – Um Conceito Estratégico de Segurança Interna” e “Estratégia de Segurança Nacional – Horizonte 2030”.(Fonte: EuroDefense Portugal)

O Conselho Geral da Associação EuroDefense-Portugal elegeu EM 2018 o Major-General (R) Agostinho Costa para as funções de Vice-Presidente da Direção desta instituição.




sábado, 30 de março de 2024

SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO

Imagem criada com recurso à Inteligência Artificial


SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO


O que pensam os cidadãos europeus, nomeadamente os portugueses, sobre a reintrodução do Serviço Militar Obrigatório nos países da União Europeia nomeadamente em Portugal?


O Coronel Carlos Matos Gomes, na situação de reforma, tem uma opinião escrita sobre esta questão. É a opinião de um militar que cumpriu comissões em Moçambique, Angola e Guiné. Foi ferido em combate e é condecorado com as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de 2ª Classe e com a Medalha Colectiva da Ordem da Torre e Espada. Pertenceu à primeira comissão eleita do Movimento dos Capitães, na Guiné e participou nas acções do 25 de Abril de 1974, tendo pertencido à Assembleia do MFA durante o ano de 1975. (ver AQUI)


No seu texto de opinião pode ler-se o seguinte trecho:


Convém pensar na falácia do serviço militar obrigatório: as guerras atuais assentam na operação e gestão de sistemas de armas e de comando e controlo altamente sofisticados, que exigem operadores com elevado nível de preparação, o que apenas é possível com uma exigente formação técnico científica e longo período de treino, o que implica a profissionalização dos militares.


E mais adiante escreve:


Não há garantia que os jovens e adolescentes nascidos no início do século XXI tenham possibilidade de receber os benefícios sociais instituídos na Europa no pós-Segunda Guerra, há que eliminar uma boa parte desta multidão de futuros beneficiários, de subsídiodependentes: uma guerra de alta tecnologia com militares de serviço militar obrigatório como alvos moles é uma solução que os partidos populistas escondem atrás de uma retórica demagógica de quem não trabalha não come e do vai para a tua terra.


E termina exortando:


Os europeus devem perguntar aos candidatos a eurodeputados o que pensam da nova guerra e da proposta de reintrodução do serviço militar obrigatório que está a ser tão insidiosamente lançado como um novo desodorizante.


A opinião de Carlos Matos Gomes sobre esta questão de importância crucial para os jovens de agora (e para os pais destes jovens) pode ser acedida na integra AQUI

A minha opinião sobre esta matéria (Serviço Militar Obrigatório) é obviamente negativa, independentemente de considerar da necessidade da existência de um Serviço Cívico Obrigatório que contribua para a formação de uma cidadania responsável com o objectivo solidário do bem comum.




quarta-feira, 27 de março de 2024

PARA QUE SERVEM OS SINDICATOS?

Imagem obtida na "PRÁXIS"

 

PARA QUE SERVEM OS SINDICATOS?


Porque é que um trabalhador, que provou que desempenhava determinadas funções definidas numa determinada categoria profissional, institucionalizada na convenção colectiva de um determinado sector profissional, não viu que um Tribunal lhe reconhecesse o direito de lhe ser atribuída essa categoria?


Porque é que um Tribunal concluiu que o pagamento da remuneração de trabalho nocturno, de acordo com o estipulado em convenção colectiva de trabalho, aplicável aos trabalhadores filiados no sindicato subscritor, em montante superior ao que é pago a outros trabalhadores da mesma empregadora, não viola sequer o princípio constitucional da igualdade de tratamento?


As respostas podem ser lidas num artigo de opinião de Domingos Lopes e transcrito no espaço da PRÁXIS que pode ser acedido AQUI:



quarta-feira, 13 de março de 2024

No país dos ratos

 

Imagem obtida no espaço do “Gatinho Branco”


ERA UMA VEZ…

No país dos ratos


Apenas uma história?

Apenas uma autocrítica?

Um final surpreendente em que as conclusões são suas



Clique no símbolo situado no canto inferior direito do vídeo para aumentar a imagem

NOTA: Este vídeo encontra-se disponível AQUI e também AQUI



terça-feira, 12 de março de 2024

POR JORNALISTAS LIVRES EM DEFESA DA DEMOCRACIA

 

Imagem obtida no espaço da PRÁXIS


POR TRABALHO DIGNO

POR JORNALISTAS LIVRES

EM DEFESA DA DEMOCRACIA


O SJ (Sindicato dos Jornalistas) está a apelar à participação solidária nas concentrações que se vão realizar no dia da greve no Largo de Camões, em Lisboa, 18 horas e na Praça General Humberto Delgado, no Porto, às 12 horas “por trabalho digno, por jornalistas livres em defesa da democracia”. 

O SJ também se reuniu com as direcções da CGTP-IN e da UGT, que prometeram apoio e solidariedade.

Saiba mais AQUI


sexta-feira, 8 de março de 2024

8 de Março - NÃO OFEREÇA SÓ FLORES

Copenhague, 1910.

VIII Congresso da Internacional Socialista: na frente, Alexandra Kollontai Clara Zetkin.

(Imagem obtida na Wikipédia)


NÃO OFEREÇA FLORES


Todos os anos, pelo menos desde 1975, ano em que foi aprovado como o ANO INTERNACIONAL DA MULHER e designado o dia 8 de Março como o DIA INTERNACIONAL DA MULHER pela Organização das Nações Unidas, que na Comunicação Social e agora, também, nas Redes Sociais se aborda este dia numa perspectiva que mantém a mulher como um ser frágil, sobre a qual se passa, consciente ou inconscientemente, a mensagem de mulher-mãe, de mulher-dona de casa, de mulher-esposa, olvidando a mulher-lutadora, o ser humano igual em direitos e deveres e relegando para o esquecimento a origem desta data que nasceu como um dia de luta das mulheres.


A ideia de uma comemoração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o Dia das Mulheres, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York — uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague1910, foi sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia das Mulheres passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica. A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no calendário juliano), ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país. Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917Nos anos seguintes, o Dia das Mulheres passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético.

Em 1975, (58 anos depois da Revolução de 1917) o dia 8 de Março foi finalmente instituído como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países — como um dia de protesto por direitos ou de edulcorada celebração do feminino, comparável ao Dia das Mães. Em outros países, a data é amplamente ignorada.(Fonte: Wikipédia; sublinhados: meus)


Em Portugal a questão que está na ordem do dia no que se refere às mulheres é o flagelo da violência doméstica que, não obstante enquadrar também os homens, se reflecte essencial e maioritariamente nas mulheres, sendo necessário exigir alterações à legislação no sentido de, perante uma manifesta demonstração de violência, os bens do casal serem “congelados” e o alegado agressor ser afastado da morada de família (mantendo a vítima e os filhos menores) até o assunto ser dirimido em tribunal.


NÃO OFEREÇA FLORES,

OFEREÇA SOLIDARIEDADE NA LUTA

CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


 

terça-feira, 5 de março de 2024

PROMESSAS PARA OS MAIS RICOS

Imagem obtida no espaço da PRÁXIS



"O populismo considera que a sociedade está fundamentalmente separada em dois grupos homogéneos e antagónicos: a ‘população pura’ e a ‘elite corrupta Por sua vez o líder populista assume-se como a voz do povo, representando os interesses dos cidadãos contra a "elite corrupta".

Cas Mudde, professor da Universidade da Georgia, EUA


A campanha eleitoral para as Legislativas 2024 vai no auge e os partidos vão lançando promessas a torto e a direito sem, alguns, explicarem a forma de as cumprir.


Os programas eleitorais da direita prometem cortes de impostos para todos, mas beneficiam principalmente os mais ricos. Eles propõem reduzir o IRC para as empresas e o IRS para as famílias, mas essas medidas favorecem desproporcionalmente aqueles com rendimentos mais altos. Além disso, a direita defende a privatização de serviços públicos e a redução da regulamentação do trabalho, o que levaria à precarização do trabalho e à diminuição dos direitos dos trabalhadores. Essas políticas visam agradar aos ricos e às grandes empresas, em detrimento da maioria da população.


OS PROGRAMAS ELEITORAIS DA DIREITA

ESTÃO CHEIOS DE PROMESSAS PARA OS MAIS RICOS



Um artigo de opinião de Vicente Ferreira, Doutor em Economia na Universidade de Sapienza, Roma, faz uma análise exaustiva das promessas da direita (AD, IL e CH) e deita por terra as mesmas, considerando que visam beneficiar os mais ricos ou são, na prática, impossíveis de concretizar.


Um exemplo, entre muitos, do que refere o seu artigo de opinião:

A AD promete ainda baixar os impostos para os jovens através da redução das taxas de IRS aplicáveis em todos os escalões, exceto no último, para os trabalhadores até aos 35 anos. No entanto, a promessa é enganadora: mais de metade dos jovens ganha menos de €1000 por mês e ganharia pouco, sobretudo tendo em conta que já existe uma isenção de IRS para jovens nos primeiros cinco anos de trabalho. Mesmo para quem não é atualmente abrangido, a proposta da AD beneficia muito mais quem ganha mais. Resumindo, as propostas da direita são borlas fiscais para os mais ricos.”


VALE A PENA LER O ARTIGO NA INTEGRA AQUI 


 

TRABALHO EM PLATAFORMAS – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 

Imagem obtida no espaço da "PRÁXIS"


TRABALHO EM PLATAFORMAS – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



As questões que se colocam nas relações de trabalho relativamente implementação da  inteligência artificial e da gestão algorítmica  nas empresas não é visível que esteja a ser analisada pelos sindicatos conjuntamente com os trabalhadores que representam e numa perspectiva de antecipar as eventuais consequências que possam resultar num futuro que se prevê para breve.


A utilização de algoritmos, códigos e procedimentos programados por computador para coordenar as entradas e saídas de mão-de-obra, monitorizando, avaliando e controlando o comportamento e o desempenho dos trabalhadores – muitas vezes com detalhes granulares – está a aumentar, em armazéns, centros de atendimento, transportes, varejo, hotelaria e finanças.


Sobre estas matérias e ainda no que se refere à Directiva da União Europeia sobre “O Trabalho em Plataformas” a “PRÁXIS – Reflexão e Debate sobre Trabalho e Sindicalismo” divulga um esclarecedor artigo de Gerard Rinse Oosterwijk que é analista de política digital na “Fundação para Estudos Progressistas Europeus” e tem formação em direito e economia, tendo estado envolvido na criação de iniciativas digitais para promover um espaço democrático na Internet.


Façamos votos para que atempadamente as Centrais Sindicais reflictam com os sindicatos estas matérias e os sindicatos façam o mesmo com os trabalhadores.


O artigo de Gerard Rinse Oosterwijk pode ser lido AQUI


quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

À BEIRA DE UMA GUERRA NUCLEAR (Pela segunda vez)

 



À BEIRA DE UMA GUERRA NUCLEAR

(Pela segunda vez)


Acima de tudo, enquanto defendemos nossos próprios interesses vitais, as potências nucleares devem evitar os confrontos que levam o adversário a escolher entre uma retirada humilhante ou uma guerra nuclear. Adotar esse movimento na era nuclear evidencia apenas a falência de nossa política – ou o desejo coletivo de morte para o mundo

(John F. Kennedy – Presidente dos USA)


Estas palavras do Presidente dos Estados Unidos da América são, hoje, mais clarividentes do que então. E ele sabia do que estava a falar, pois esteve à beira de dar início a uma guerra nuclear ao exigir que a Rússia, então parte da União Soviética, retirasse os misseis nucleares que estavam prestes a ser instalados em Cuba.


Também na altura se poderia colocar a questão de os Estados Unidos terem o direito de intervirem num estado soberano como era Cuba. Contudo, para Kennedy essa questão não se colocava, pois misseis colocados a menos de 5 minutos de Washington DC era impensável pois comprometia gravemente a segurança existencial da Federação Americana.


A União Soviética recuou e foram firmados vários acordos, nomeadamente o de não agressão contra Cuba por parte dos Estados Unidos.


Há quem veja nesta reação dos Estados Unidos semelhanças com a reação da Federação Russa relativamente ao que hoje se passa na Ucrânia, acrescido do facto de nos territórios em que a guerra se trava a população ser esmagadoramente Russa ou de origem Russa.


No momento em que escrevo estas linhas o Presidente Russo discursa e ameaça com o uso de armas nucleares acopladas em misseis balísticos supersónicos contra os quais nem os Estados Unidos nem a Europa têm capacidade de os destruir antes de atingirem os alvos.


já em 2003 um artigo artigo publicado na primeira página do “New York Times”, assinado por quinze especialistas em segurança, reunidos pela “Eisenhower Media network” abordava esta questão e terminava apelando:


VAMOS FAZER DA AMÉRICA UMA FORÇA PARA A PAZ NO MUNDO


Nem que seja pela força, digo eu




A Guerra Rússia-Ucrânia é um desastre absoluto


TEXTO COPIADO DO FACEBOOK DE JORGE FAEL

(Ver AQUI)

24 DE MAIO DE 2023

Por VÁRIOS AUTORES*


ARTIGO PUBLICADO NA PRIMEIRA PÁGINA DO “NEW YORK TIMES”, ASSINADO POR QUINZE ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA REUNIDOS PELA “EISENHOWER MEDIA NETWORK”


A Guerra Rússia-Ucrânia é um desastre absoluto. Centenas de milhares de pessoas foram mortos ou feridos. Milhões foram deslocadas. A destruição ambiental e econômica tem sido incalculável. A devastação futura pode ser ainda maior à medida que as potências nucleares se aproximam cada vez mais da guerra aberta.


Lamentamos a violência, os crimes de guerra, os ataques indiscriminados com mísseis, o terrorismo e outras atrocidades que fazem parte desta guerra. A solução para essa violência chocante não é mais armas ou mais guerra, com a garantia de mais mortes e destruição.


Como americanos e especialistas em segurança nacional, instamos o presidente Joe Biden e o Congresso a usar de seus poderes para encerrar a Guerra Rússia-Ucrânia rapidamente, por meio da diplomacia, principalmente por conta dos graves perigos de uma escalada militar que pode sair do controle.


Sessenta anos atrás, o presidente John F. Kennedy fez uma observação que é crucial para a nossa sobrevivência hoje: “Acima de tudo, enquanto defendemos nossos próprios interesses vitais, as potências nucleares devem evitar os confrontos que levam o adversário a escolher entre uma retirada humilhante ou uma guerra nuclear. Adotar esse movimento na era nuclear evidencia apenas a falência de nossa política – ou o desejo coletivo de morte para o mundo”.


A causa imediata desta guerra desastrosa na Ucrânia é a invasão da Rússia. No entanto, os planos e ações para expandir a OTAN para as fronteiras da Rússia serviram para provocar os temores russos. Os líderes russos defenderam esse ponto por 30 anos. Uma falha na diplomacia levou à guerra. Agora a diplomacia é urgentemente necessária para acabar com a Guerra Rússia-Ucrânia antes que ela destrua a Ucrânia e coloque a humanidade em perigo.


O POTENCIAL PARA A PAZ


A atual ansiedade geopolítica da Rússia é informada pelas memórias das invasões de Carlos XII, Napoleão, Kaiser e Hitler. As tropas dos EUA participaram da força de invasão aliada que interveio sem sucesso contra o lado vencedor na guerra civil na Rússia logo após a Primeira Guerra Mundial. A Rússia vê o alargamento e a presença da OTAN nas suas fronteiras como uma ameaça direta; os EUA e a OTAN consideram que se trata apenas de uma preparação prudente. Na diplomacia, deve-se procurar ver com empatia estratégica, buscando compreender os adversários. Isso não é fraqueza: é sabedoria.


Rejeitamos a ideia de que os diplomatas, em busca da paz, devam escolher um lado, neste caso, a Rússia ou a Ucrânia. Ao favorecer a diplomacia, escolhemos o lado da sanidade. Da humanidade. Da paz.


Consideramos a promessa do presidente Joe Biden de apoiar a Ucrânia “pelo tempo que for necessário” uma licença para perseguir objetivos mal definidos e, em última análise, inatingíveis. Pode ser tão catastrófico quanto foi a decisão do presidente Vladimir Putin no ano passado de lançar essa invasão e ocupação criminosas. Não podemos e não iremos endossar a estratégia de lutar contra a Rússia até o último ucraniano.


Defendemos um compromisso significativo e genuíno com a diplomacia, especificamente um cessar-fogo imediato e negociações sem quaisquer pré-condições desqualificantes ou proibitivas. Provocações deliberadas resultaram na Guerra Rússia-Ucrânia. Da mesma forma, a diplomacia pode acabar com isso.


AÇÕES DOS EUA E INVASÃO DA UCRÂNIA PELA RÚSSIA


Com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, os líderes dos Estados Unidos e da Europa Ocidental garantiram aos líderes soviéticos e russos que a OTAN não se expandiria em direção às fronteiras da Rússia. “Não haveria extensão da OTAN uma polegada a leste”, disse o secretário de Estado dos EUA, James Baker, ao líder soviético Mikhail Gorbachev em 9 de fevereiro de 1990. Garantias semelhantes de outros líderes dos EUA, bem como de líderes britânicos, alemães e franceses foram dadas na década de 1990.


Desde 2007, a Rússia advertiu repetidamente que a presença das forças armadas da OTAN nas fronteiras russas era intolerável – assim como as forças russas no México ou no Canadá seriam intoleráveis para os EUA agora, ou como foram os mísseis soviéticos em Cuba em 1962. A Rússia destacou ainda que a expansão da OTAN para a Ucrânia era especialmente provocativa.


VENDO A GUERRA PELOS OLHOS DA RÚSSIA


Nossa tentativa de entender a perspectiva russa em sua guerra não endossa a invasão e a ocupação, nem implica que os russos não tiveram outra opção a não ser esta guerra. Entretanto, assim como a Rússia tinha outras opções, os EUA e a OTAN também tinham antes desse momento.


Os russos deixaram claras suas linhas vermelhas. Na Geórgia e na Síria, eles provaram que usariam a força para defender essas linhas. Em 2014, sua tomada imediata da Crimeia e seu apoio aos separatistas de Donbas demonstraram que eles estavam comprometidos com a defesa de seus interesses. Por que isso não foi entendido pela liderança dos EUA e da OTAN não está claro: incompetência, arrogância, cinismo ou uma mistura traiçoeira dos três provavelmente foram os fatores decisivos.


Mais de uma vez, mesmo com o fim da Guerra Fria, os diplomatas, generais e políticos dos EUA alertaram para os riscos de expandir a OTAN para as fronteiras da Rússia e de interferir em sua área de influência. Os ex-funcionários do gabinete Robert Gates e William Perry emitiram essas advertências, assim como os venerados diplomatas George Kennan, Jack Matlock e Henry Kissinger. Em 1997, cinquenta especialistas seniores em política externa dos EUA escreveram uma carta aberta ao presidente Bill Clinton aconselhando-o a não expandir a OTAN, chamando-o de “um equívoco político de proporções históricas”. O presidente Bill Clinton optou por ignorar esses avisos.


O mais importante para nossa compreensão da arrogância e do cálculo maquiavélico na tomada de decisões dos EUA em torno da Guerra Rússia-Ucrânia é a rejeição das advertências emitidas por Williams Burns, o atual diretor da Agência Central de Inteligência. Em um telegrama para a secretária de Estado Condoleezza Rice em 2008, enquanto servia como embaixador na Rússia, Burns escreveu o seguinte sobre a expansão da OTAN e a adesão da Ucrânia: “As aspirações da Ucrânia e da Geórgia à OTAN não apenas tocam um ponto sensível na Rússia, como também geram sérias preocupações sobre as consequências para a estabilidade na região. A Rússia não apenas percebe o cerco e os esforços para minar a influência da Rússia na região, mas também teme consequências imprevisíveis e descontroladas que afetariam seriamente os interesses de segurança russos. Especialistas nos dizem que a Rússia está particularmente preocupada que as fortes divisões na Ucrânia sobre a adesão à OTAN, com grande parte da comunidade de etnia russa contra a adesão, possam levar a uma grande divisão, envolvendo violência ou, na pior das hipóteses, guerra civil. Nessa eventualidade, a Rússia teria que decidir se iria intervir; uma decisão que a Rússia não quer ter que enfrentar”.


Por que os EUA persistiram em expandir a OTAN, apesar dessas advertências? O lucro das vendas de armas foi um fator importante. Enfrentando a oposição à expansão da OTAN, um grupo de neoconservadores e altos executivos de fabricantes de armas dos EUA formaram o “Comitê dos EUA para Expandir a OTAN”. Entre 1996 e 1998, os maiores fabricantes de armas gastaram US$ 51 milhões (US$ 94 milhões hoje) em lobby e outros milhões em contribuições de campanha. Com esta generosidade, a expansão da OTAN rapidamente se tornou um negócio lucrativo. Os fabricantes de armas dos EUA venderam bilhões de dólares em armas aos novos membros da OTAN.


Até agora, os EUA enviaram US$ 30 bilhões em equipamentos militares e armas para a Ucrânia, com uma ajuda total à Ucrânia superior a US$ 100 bilhões. A guerra, já foi dito, é altamente lucrativa para alguns poucos.


A expansão da OTAN, em suma, é uma característica fundamental da política externa militarizada dos EUA, caracterizada pelo unilateralismo com mudanças de regimes políticos e guerras preventivas. Guerras fracassadas, mais recentemente no Iraque e no Afeganistão, produziram massacres e mais confrontos, uma dura realidade criada pelos próprios Estados Unidos. A Guerra Rússia-Ucrânia abriu uma nova arena de confronto e matança. Esta realidade não é inteiramente de nossa autoria, mas pode muito bem ser nossa ruína, a menos que nos dediquemos a forjar um acordo diplomático que interrompa a matança e diminua as tensões.


VAMOS FAZER DA AMÉRICA UMA FORÇA PARA A PAZ NO MUNDO.”


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AUTORES:

*Dennis Fritz é diretor da Eisenhower Media Network. Sargento Chefe do Comando da Força Aérea dos EUA (aposentado).


*Matthew Hoh é diretor associado da Eisenhower Media Network. Ex-oficial do Corpo de Fuzileiros Navais e oficial do Estado e da Defesa.


*William J. Astore é tenente-coronel da Força Aérea dos EUA (aposentado).


*Karen Kwiatkowski é tenente-coronel da Força Aérea dos EUA (aposentado).


*Dennis Laich é major-general do Exército dos EUA (aposentado).


*Jack Matlock, embaixador dos EUA na URSS, 1987-91, é autor do livro Reagan e Gorbachev: Como acabou a Guerra Fria.


*Todd E. Pierce é Major, Juiz Advogado, Exército dos EUA (aposentado).


*Coleen Rowley é Agente Especial, FBI (aposentado).


*Jeffrey Sachs, é professor na Universidade de Columbia.


*Christian Sorensen, é especialista em língua árabe.


*Chuck Spinney é membro da Força Aérea dos EUA, Engenheiro/analista aposentado no Gabinete do Secretário de Defesa.


*Winslow Wheeler, conselheiro de segurança nacional de quatro estados republicanos e democratas.


*Lawrence B. Wilkerson é Coronel do Exército dos EUA (aposentada).


*Ann Wright é Coronel do Exército dos EUA (aposentada) e ex-diplomata.


Tradução: Benito Mazzi de Araújo.


Publicado originalmente em Eisenhower Media Network (Ver AQUI)