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obtida na página “Empreendedor”
O
cheiro do medo
As
questões que se colocam no sindicato dos bancários ultrapassam a
actual
Direcção como ultrapassarão qualquer outra Direcção e mereceriam
uma apurada análise por parte do MUDAR (Tendência
Sindical no SBSI).
É
uma evidência que o Partido Socialista não tem a intenção de
alterar as relações de trabalho como vem demonstrando ao recusar
sequer
alterações
parciais nas leis.
Também
é uma evidência que o patronato quer manter o poder que adquiriu
com as alterações do Código do Trabalho, nomeadamente com a
caducidade dos contractos de trabalho, situação que veio debilitar
os sindicatos.
A
Ministra do Trabalho não se sabe bem por onde anda, e
sobre matéria laboral há dificuldades em saber o que pensa (se
é que pensa alguma coisa).
As
Centrais Sindicais estão politicamente na defensiva para não passar
uma mensagem de que podem estar a prejudicar o país com iniciativas
reivindicativas em plena pandemia.
Os
trabalhadores estão fragilizados, temerosos de que os despedimentos
os atinjam, e caminham silenciosos para o “matadouro” do
desemprego na esperança que com o silêncio consigam não passar as
portas do “matadouro”.
As
ruas estão silenciosas.
O
CHEIRO DO MEDO ALASTRA PELO MUNDO LABORAL.
E
no MAIS? (Para quem não sabe o MAIS é um sindicato)
No
MAIS uma Direcção PS/PSD (o MRPP já tinha sido “corrido”),
dirigida por Rui Riso, comete o erro tático de encerrar os SAMS, a
razão primeira porque os bancários ainda estão sindicalizados em
grande número.
O
clamor foi tão grande, mesmo exteriormente ao sindicato, que a
Direcção para sobreviver, força a demissão de Presidente de Rui
Riso para ver se conseguia apaziguar os associados, inclusive a sua
base de apoio que
ficou sem argumentos políticos que justificassem as medidas da
Direcção.
Entretanto
as eleições são marcadas para as “calendas gregas” para,
alegadamente, criar um distanciamento que esmoreça a revolta. A
UGT receia perder o sindicato que é o seu primeiro suporte,
inclusive financeiro.
Uma
grande acção de camuflagem começa
a desenvolver-se.
António
Fonseca (o homem – ao que consta e ainda não desmentido – que
“fugiu” dos SAMS optando por outro sistema de saúde) é
estatutariamente designado como Presidente.
Pouco
a pouco os SAMS vão voltando à normalidade possível, o agora “MAIS
bancário” (revista cuja propriedade continua a ser do SBSI) dedica
8 páginas ao novo Presidente. Na
capa desta revista além da foto do Presidente a frase de pura
propaganda que lhe é atribuída: “Seremos
novamente um sindicato de proximidade”.
A mesma equipe que nada fez para
aproximar e mobilizar os bancários vem
AGORA dizer que o
vai
fazer.
Exteriormente
ao sindicato a Tendência Sindical Socialista reúne e consagra
António Fonseca, por uma maioria esmagadora, como líder, tendo de
imediato nas redes sociais manifestações de apoio e exortações
para que a unidade em torno do chefe se afirme a bem do sindicato. Há
até quem se ofereça para fazer parte da nova (?) Direcção que
vier a ser eleita.
Um
contestatário, que na rua se opôs à actual Direcção, é
objecto
de um processo disciplinar (para amedrontar os que ainda se opõem?)
e tudo
o
mais que ainda se não sabe e
que certamente
irá
surgir.
Infelizmente
não tenho como garantido que a oposição a esta política de uma
Direcção que muda de rumo conforme o sentido do vento venha a ser
vencedora numa
disputa
eleitoral, pois as condições, à partida, são tremendamente
diferentes e para pior.
A
solução (controversa
nalguns sectores) passa
por criar
pontes com os bancários mais jovens, criar pontes com os
ex-dirigentes sindicais, criar pontes com os responsáveis da
Tendência Sindical Socialista. Criar pontes em torno de um Programa
de Acção aberto
a todas as contrapropostas que queiram ser feitas.
A
oposição à actual Direcção não
conseguirá sem a Tendência Sindical Socialista participar e
influenciar as políticas sindicais na banca e nos seguros. Por
isso, a necessidade de uma proposta pública, para um Programa Comum,
com os seguintes pressupostos, entre outros:
-
A permanência na UGT e em que condições;
-
As relações com a CGTP-IN;
-
As relações com o Sindicato dos Bancários do Norte;
-
A política contractual a desenvolver no sindicato e o fim da
caducidade dos Contractos de Trabalho através da promoção de
acções concertadas entre a UGT e a CGTP-IN;
-
O enquadramento dos bancários e dos SAMS no “Mais Sindicato”;
-
A recuperação financeira dos SAMS através do eventual pagamento
extra de uma quota temporária;
-
A revisão dos acordos com outras entidades de saúde;
-
Uma política de trabalho para os trabalhadores do SBSI / SAMS.
TEREMOS
QUE ENGOLIR ALGUNS SAPOS? Possivelmente, mas o momento é de crise e
as políticas sindicais da Tendência Sindical Socialista, conjugadas
com os seus aliados “TSDs” são de tal forma (como já se
comprovou) graves para os trabalhadores que se pode justificar o
sacrifício.