Imagem
obtida na “redeanticapitalista”
O
MAIS Bancário
Tenho
aprendido muito com a leitura da nova (de nome) revista do MAIS.
(MAIS
é o nome de um sindicato que antes se designava Sindicato dos
Bancários do Sul e Ilhas)
Um
Presidente ilegal ou ilegítimo?
Não fiquei a saber através da entrevista que António Fonseca
dá (pois já o sabia) que
a mudança de Presidente da Direcção que se verificou recentemente
não é ilegal. Efectivamente, assim é. Mas, terá
legitimidade política essa mudança de Presidente? Não tem (mas
isso não o diz o Presidente da Direcção na entrevista que dá).
Vejamos:
Aquando
das eleições para esta mesma Direcção foi-nos apresentado Rui Riso como
candidato ao cargo de Presidente. Bem ou mal (quanto a mim mal) os
sócios do sindicato votaram sabendo que Rui Riso seria o Presidente a designar.
Ao vir agora a Direcção do MAIS substituí-lo por outro candidato não está a cometer
nenhuma ilegalidade, mas está a defraudar as então legitimas
intenções expressas nos votos dos bancários.
Esta
situação só é possível porque os estatutos defendem uma lógica
partidária de poder. O Presidente da Direcção, sendo (no caso em apreço) do Partido
Socialista, tem, na lógica partidária que os estatutos permitem, poder ser substituído por um outro militante do mesmo
Partido.
Por
onde anda Rui Riso?
Conhecer
a distribuição de cargos e funções dos Corpos Sociais do MAIS é
meritório e a revista, a páginas 14, publica um organograma
esclarecedor. Mas será mesmo esclarecedor? Vejamos:
Os
Corpos Sociais do Mais foram eleitos para desempenharem funções em
defesa dos associados em particular e dos bancários em geral. Não é
pois aceitável que algum não tenha funções definidas, até porque
podem estar isentos de cumprir horário nas empresas de onde são
oriundos. Assim, há um nome que não consta do organograma: Rui
Riso.
A
ausência do nome de Rui Riso na atribuição de cargos e funções
pode levar a muita especulação. Não será esse o caminho que
seguirei. Contudo, os associados têm o direito de saber o que
aconteceu a Rui Riso pois, caso contrário, poderia parecer que a Direcção pretenderia fazer
desaparecer a imagem de Rui Riso para que se esquecesse a
responsabilidade cúmplice que teve (a Direcção) com as acções do antigo
Presidente.
O
sindicalismo é uma profissão?
Não
me lembro de alguma vez ter ouvido um
sindicalista admitir que existe uma carreira
sindical.
E, foi na revista do MAIS que li a afirmação de António Fonseca:
“Jamais
pensei chegar ao topo da carreira sindical, mas a vida traz-nos
surpresas”
Sempre
considerei que ter ou fazer uma carreira, estava intrinsecamente ligado
a uma profissão. Já
ser
sindicalista era uma opção de
gente altruísta que se devotava a uma causa sem esperar receber nada
em troca.
Sobre esta matéria seria
interessante conhecer a opinião dos muitos sindicalistas (inclusive
dos que não estão no activo) que se apressaram nas redes sociais a
aclamar e a convidar à união em torno de António Fonseca. Concordam que o sindicalismo é uma profissão?
Mas
há mais. Se
a tanto me permitir a paciência voltarei a este espaço.