sexta-feira, 21 de março de 2025

SILÊNCIO INDIGNO

 


SILÊNCIO INDIGNO


A importância de Daniel Cabrita no Movimento Sindical Português é hoje realçada num artigo da autoria de José Pedro Castanheira publicado na Revista do semanário “Expresso” ao longo de 6 páginas.


Não havia, no entanto, necessidade de realçar “os acontecimentos” (que muitos de nós já conheciam) que tiveram lugar no decorrer do interrogatório e da tortura a que Daniel Cabrita foi sujeito e que motivou as reações do Partido Comunista Português, já após a libertação de Daniel Cabrita, já após o 25 de Abril e já no decorrer do velório sobre o qual o jornalista José Pedro Castanheira escreve;


(…) Ao lado da urna foram colocadas duas bandeiras: a da CGTP e a do PCP. A central sindical compareceu em peso ao último adeus. A começar pelo atual secretário-geral, Tiago Oliveira, mas também os anteriores, Isabel Camarinha e Arménio Carlos, enquanto Carvalho da Silva, um velho e querido amigo, ficou retido em casa por graves razões de saúde


Já do PCP não esteve nem o actual nem nenhum dos anteriores secretários-gerais, assim como nenhum deputado. A morte deste seu histórico militante foi assinalada não pelo Comité Central mas por uma nota da organização concelhia do Barreiro.(…)”

(sublinhados da minha autoria)


Esta forma de escrever sobre Daniel Cabrita faz com que a centralidade do tema se canalize para as atitudes do PCP, quando se deveriam centrar na importância dos contributos de Daniel Cabrita para o início do fim do sindicalismo corporativo, para a constituição do que veio a ser a CGTP-IN e para, em última análise, a defesa dos interesses, das garantias e dos direitos dos trabalhadores e, nomeadamente, dos trabalhadores bancários.


Contudo, esta abordagem na Revista do “Expresso” da “história” de Daniel Cabrita, considerando que é um semanário de âmbito e reputação nacional, revela bem a importância deste “nosso” sindicalista que foi Presidente da Direção do ex-SBSI e faz-nos, a nós bancários, perguntar:


A QUE SE DEVE O SILÊNCIO DA DIREÇÃO DO ex-SBSI?


3 comentários:

  1. Não percebi a intenção de Castanheira ao omitir que, além da presença de Domingos Abrantes e Conceição Matos, o PCP esteve representado no funeral por vários membros do CC (Eduardo Vieira, Filipe Marques, Luís Leitao, Luís Barata, Valter Lóios) e pelos membros da Comissão Política Francisco Lopes, José Capucho e João Frazão, que interveio: https://www.pcp.pt/funeral-de-daniel-cabrita

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    1. .
      A questão que procurei realçar não foi saber se é falso ou não o que José Pedro castanheira escreveu a propósito do falecimento de Daniel Cabrita.

      O que discordei e que entendi foi não haver necessidade de referir as relações, verdadeiras ou falsas, com o PCP a propósito do que alegadamente Daniel Cabrita possa ter dito sob tortura durante os interrogatórios da PIDE.

      E entendi isso porque, como se está a verificar, foi a centralidade deste infeliz acontecimento (o falecimento de Daniel Cabrita) estar a ser transferida para o PCP que passou a ser a razão mais importante referida no semanário “Expresso”.

      NÃO HAVIA NECESSIDADE!

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  2. .
    A questão que procurei realçar não foi saber se é falso ou não o que José Pedro castanheira escreveu a propósito do falecimento de Daniel Cabrita.

    O que discordei e que entendi foi não haver necessidade de referir as relações, verdadeiras ou falsas, com o PCP a propósito do que alegadamente Daniel Cabrita possa ter dito sob tortura durante os interrogatórios da PIDE.

    E entendi isso porque, como se está a verificar, foi a centralidade deste infeliz acontecimento (o falecimento de Daniel Cabrita) estar a ser transferida para o PCP que passou a ser a razão mais importante referida no semanário “Expresso”.

    NÃO HAVIA NECESSIDADE!

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