REFORMADOS
BANCÁRIOS EM LUTA
Um
pouco mais de uma centena de bancários reformados por iniciativa do
Movimento de Unidade, Democracia e Acção Reivindicativa (MUDAR),
reuniram-se ontem, dia 27 de Março, em Lisboa, para analisar a
situação no sector bancário, especificamente no que respeita aos
bancários reformados.
A
discussão esteve centralizada, essencialmente, na reivindicação de
uma “Tabela Única para Activos e Reformados”.
A
história conta-se em meia dúzia de palavras:
Até
ao ano de 1990 os trabalhadores bancários quando se reformavam
recebiam uma pensão de reforma equivalente ao vencimento liquido de
quando estavam no activo. A partir dessa data e com o argumento dos
impostos serem maiores para os trabalhadores bancários no activo que
para os reformados (o que era verdade e tinha como consequência que
os reformados ficavam a auferir rendimentos superiores aos
trabalhadores no activo) foi acordado entre os banqueiros e os
sindicatos dos bancários duas tabelas diferentes: uma para os
trabalhadores bancários no activo e outra para os reformados. Este
acordo salvaguardava, contudo, a hipótese de reversão caso se
alterasse a situação.
De
notar que os trabalhadores bancários (no activo e reformados, com um
elevado sentido de justiça), considerando as circunstâncias à época
e quiçá um tanto ingenuamente (?), deram o seu acordo. Todos?
Seguramente que nem todos e aqui há que recordar um sindicalista de
então (o Lopes de Silva) que em todas as reuniões ao longo da sua
vida se opunha e contestava a decisão.
Constata-se
que no presente, com a alteração da fiscalidade, os bancários
reformados recebem cerca de menos 15% na reforma do que receberiam
se estivessem no activo e se não tivesse sido acordada duas tabelas
como acima é referido e com a salvaguarda prevista.
O
quadro abaixo permite uma maior clarificação do que está em causa:
Face esta situação os
reformados bancários, que já são 70% dos sócios dos sindicatos
dos bancários e perante a inércia dos dirigentes sindicais para
defender a maioria dos sócios deliberaram, por unanimidade.
MANIFESTAR
O SEU DESCONTENTAMENTO
Brevemente
será convocada, em data e hora a divulgar, uma manifestação junto
da sede da Associação Portuguesa de Bancos como uma primeira fase
de uma luta que se prevê ser difícil e, talvez por isso, que irá
ter continuidade com outras iniciativas.
A
reunião que durou mais que 3 horas terminou com uma sensação de
tristeza dos bancários reformados pela falta de iniciativa dos
dirigentes sindicais, a revolta perante a banca que com milhares de
milhões de euros de lucro, não se disporem a repor a Tabela Única
em que despenderiam menos de 1,5% dos lucros que tiveram neste último
ano, mas com uma grande força de vontade para lutar pelos seus
(deles bancários reformados) direitos e pelos dos futuros reformados
que são os bancários ainda no activo.
MUDAR? O
que é? Saiba AQUI