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obtida no Blogue de “emilianojamba”
NÃO
DEIXEM MORRER OS SAMS
ESTAREMOS
PERANTE UMA ESTRATÉGIA INICIADA EM 2008
(E QUE OS BANCÁRIOS ENTÃO RECUSARAM) QUE
CONDUZIRÁ À EXTINÇÃO DOS SAMS ENQUANTO SERVIÇOS DE PRESTAÇÃO
DE CUIDADOS DE SAÚDE GERIDOS E PROPRIEDADE DOS BANCÁRIOS?
Em
21 de Maio de 2020 questionei (e questionei-me) no artigo de opinião
“A propriedade e gestão dos SAMS” (ver AQUI) pois acredito
(embora não queira), que perante
as políticas que vêm sendo aplicadas nos Serviços de Assistência
Médico-Social, já relativamente aos beneficiários / utentes, já
relativamente aos próprios trabalhadores desta empresa social,
existe uma estratégia (apenas pensada
por alguns) de transformar os “SAMS social” num “SAMS
comercial”.
São
vários os
indícios (que a outros melhor
colocados no espectro sindical cumpre discriminar) que
apontam para uma progressiva destruição da prestação de cuidados
de saúde directos.
Rui
Riso (Presidente da Direcção do sindicato proprietário do Hospital
dos SAMS) na primeira parte da
intervenção que fez na Comissão
Parlamentar de Saúde “limitou-se” a
fazer o historial do nascimento dos SAMS. Realçou e bem, que os SAMS
do Sindicato são diferentes de qualquer outro serviço de saúde
congénere, porquanto presta, também, serviços de saúde, enquanto
os outro subsidiam os custos dos
serviços que terceiros
fornecem.
Mas, talvez seja útil aqui referir, que Rui Riso não disse que a
política, então aprovada, se
deveu a que o sindicato não quis ficar refém dos
custos a pagar às entidades que
ofereciam serviços de saúde directos. Se os SAMS se limitassem a
subsidiar os serviços de saúde prestados por outros não teria
qualquer controlo sobre os preços tabelados e, assim, os bancários
iriam progressivamente pagando cada vez mais. O
êxito desta política (que se não deve à Direcção presidida por
Rui Riso)
ainda hoje se constata. É o próprio
Rui Riso que afirmou na Assembleia da República que o recurso à
prestação de serviços de saúde a entidades externas é de 30%.
Poderemos, pois,
dizer que 70% dos bancários e familiares utilizam os serviços
internos de prestação directa de
cuidados de saúde dos SAMS, porque se
sentem bem e apoiados.
Não
posso deixar de realçar uma
preciosidade dita na Assembleia da República que
se reporta à informação dada aos Deputados por
Rui Riso que,
segundo
ele,
entravam
diariamente no Centro Clínico de Lisboa (Fialho de Almeida) cerca de
5000 pessoas e que, muitos (reformados), ali iam
apenas para
se encontrarem com os
amigos,
almoçarem, enfim, conviverem. Para esta afirmação ter alguma
consistência e ser importante no contexto em que foi referida, tem
que ter a montante um controlo estatístico que permita auferir a
percentagem de pessoas que fazem do Centro Clínico um local de
convívio. Porque, se não existe
esse controlo estatístico, a afirmação não passa de uma
mera especulação que não é aceitável fazer para dar ênfase a
uma argumentação.
Presentemente
são vários os beneficiários dos SAMS
(a que se juntam os respectivos trabalhadores) altamente preocupados
com o futuro do seu Serviço de Saúde. Uma preocupação legitima,
até porque os SAMS são uma entidade privada de expressão social e
paga com os dinheiros dos bancários, já directamente, já através
das
clausulas
contratuais
(contrapartidas da relação de
trabalho) que obrigam
a banca a descontar para os SAMS. Financeiramente
os SAMS também não dependem de subsídios do erário público não
justificados por qualquer “venda” de serviços.
A
preocupação centra-se na
possível
destruição
dos SAMS que
constituiria
um retrocesso social para os bancários e, além
disso, também na
eliminação de uma política de prestação de serviços de saúde
directos
que
poderia
ter graves consequências na subsistência e continuidade dos SAMS
como o conhecemos.
A
carta que os dirigentes do MUDAR (Movimento de Unidade, Democracia e
Acção Reivindicativa) dirigiram
à Mesa Coordenadora do Conselho Geral solicitando que seja
introduzido um ponto sobre os SAMS na Ordem de Trabalhos do
próximo Conselho é uma medida correcta e importante,
que colocará esse órgão perante a irresponsabilidade de ser
parcial (e
não só) se
se recusar a que o Conselho analise uma das matérias mais
importantes verificadas
nos últimos tempos.
E,
qualquer que seja a resposta, os dirigentes do MUDAR devem torná-la
pública.
Ainda
na sequência dessa carta (e no pressuposto que venha a ser aceite a
proposta da mesma) deveria ser aberta uma via de
acesso virtual, pública,
para permitir
aos
bancários fazerem
chegar ao MUDAR as perguntas que entendessem
dever
ser feitas
à Direcção do sindicato
no Conselho Geral. Porquê?
Porque é
importante para
a mobilização
dos associados facilitar
a
participação
no
processo de defesa dos SAMS.
Hoje
mesmo li na página do Facebook do nosso colega Júlio Fernandes um
texto que, de algum modo, consubstancia a forma como muitos bancários
sentem os SAMS e que, com a devida vénia, tenho a ousadia de
transcrever.
Não
obstante o texto parecer um pouco determinista e pessimista (Eu
choro a tua ausência
/ Por
muito te amar!
/ E
também!
/ Porque
penso
/ Que
qualquer dia /
Sem
os SAMS vou ficar!)
ele tem por título “NÃO
DEIXEM MORRER OS
SAMS”,
o que, de certa forma, é um apelo à luta e à esperança.
NÃO
DEIXEM MORRER OS SAMS
SAMS TEU E MEU AMOR
Tudo
o que em vida amamos
Quando
morremos
Nada
levamos!
Apenas
deixamos a vida
É
pena que – ninguém possa voltar
E
talvez emendar!
O
que não fizemos por medida
Amo
tudo que fizeste
E
desde que morreste…
Tu!
Só a vida perdeste
Mas
muitos – perderam
E
continuarão a perder…
Tudo
que de bom fizeste
E
tudo que de ti deste,
Sem
medo, mas com confiança
E
saber!
Mas
, neste mundo complicado!
Existe
muito pecado…
Por
não saber ou não querer
Continuar
e preservar
O
deveria ser…
A
história se lembrará de referir
Se
alguém o quiser fazer
Tudo
que fizeste pelos bancários
No
teu percurso sindical
Pondo
enfase na saúde
Não
esquecendo outros valores
Outras
obras que enriqueceram
O
Sindicato afinal.
Agora
os que ficaram…
Vão
perdendo tudo
Á
sua dimensão.
Os
SAMS choram e chamam por ti…
Como
se pudesses voltar
E
hão-de chorar ainda mais
Quando
esse teu feito acabar
Eu
choro a tua ausência
Por
muito te amar!
E
também!
Porque
penso
Que
qualquer dia
Sem
os SAMS vou ficar!
Talvez
eu já não perca muito
Dado
os anos que me restam…
Mas
– existem famílias inteiras
Que
nos SAMS o seu serviço prestam.
A
avareza não serve
Nem
faz crescer seja o que for
Só
com sapiência valor e amor
As
coisas crescem!
Estando
permanentemente em flor.
Maria
do Carmo Carreira
(micá)
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