sexta-feira, 21 de junho de 2019

O DESPORTO na poesia portuguesa



O DESPORTO
na poesia portuguesa


E eis que me vejo com um livro de poesia nas mãos, datado de 1989, numa edição do Sindicato dos Bancários do Sul e lhas. A surpresa, para mim, é que este livro se intitula “O DESPORTO na poesia portuguesa”.

Comecei a folhear o livro e a ler alguns dos poemas que resultam da pesquisa, da selecção e das notas de José do Carmo Francisco. O livro apresenta-nos uma selecção de poemas distribuídos pelos capítulos que se reportam a várias modalidades desportivas:

O CICLISMO ou a metáfora por excelência da poesia;

O BASQUETEBOL ou a insubmissão ao espelho;

O BILHAR ou a geometria da saudade;

O HÓQUEI-EM-PATINS ou as consolações mais frequentes dum país perdedor;

NATAÇÃO, REMO, VELA, WINDSURF, CAÇA SUBMARINA e MOTONÁUTICA ou o grito elementar do homem nas águas;

AUTOMOBILISMO e MOTOCICLISMO ou o usufruto da velocidade e da vertigem;

O BOXE ou os murros ritmados na rima das quatro cordas;

O XADREZ ou as 64 casas essenciais da luta;

O ANDEBOL ou as linhas helénicas no pavilhão;

O TÉNIS ou os 40 pontos do destino / adversário;

O HIPISMO ou o tropel da vida;

GINÁSTICA RÍTMICAum lugar entre a dança e o desporto:

O ATLETISMO ou o limiar dos deuses no meio dos homens;

O FUTEBOL ou razões para o descanso de Deus ao sétimo dia;

O PARAQUEDISMO ou o usufruto do sonho de voar.


Este livro de poesia estará certamente esgotado, mas ainda deve poder ser lido na biblioteca do SBSI e, porque não aproveitar a deslocação para questionar sobre assuntos sindicais algum Director que por lá se passeie (?).

Não tem hipóteses de por lá passar? Não tem hipóteses de ler o livro? Então deixo-lhe aqui, como prémio de consolação, um poema de Alexandre O’Neill em que o autor “sente assim o envolvimento político da ditadura argentina no Mundial de 1978


Em Buenos Aires, no River Plate
a seis campos de futebol (medidas máximas)
do Centro onde, entre outros primores de jogo,
se chutavam testículos, mamas e cabeças,
a Taça do Mundo ferverá nas mãos de quem a ganhar,
de quem a empunhar, de quem por ela beber
A MERDA DE TER LÁ IDO.



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