Imagem obtida no blogue “conexasaude”
REINA A PAZ E A CONCÓRDIA NA BANCA
Hoje é um dia em que me sinto feliz. Tudo graças ao “MAIS”, o sindicato de que sou associado desde 2 de Dezembro de 1969, era então Presidente da Direcção Daniel Cabrita.
Tudo começou quando fui à minha caixa de correio buscar a revista “MAIS Bancário” de Março de 2021, propriedade do meu sindicato. Uma bela revista, em “papel couchê”, maravilhosamente brilhante.
Sentei-me e recostei-me no sofá da sala e comecei a desfolhar a revista. E, à medida que ia desfolhando as 36 páginas que a constituíam, ia ficando cada vez mais feliz.
- A revista tem 2 páginas de anúncios, sobrando, portanto 34 páginas para matéria sindical;
- Há também duas páginas dedicadas a passatempos, ficando ainda 32;
- Dessas 32 uma é integralmente dedicada aos sócios que morreram e outra aos sócios (que também morreram) e a cujas famílias foi paga a “lutuosa”, portanto sobram 30 páginas;
- Claro que o editorial, cujo texto caberia em meia página, ocupa uma página e aborda a segurança dos SAMS, sendo da autoria do Presidente da Direcção do sindicato que, ao que para ai se diz, não é beneficiário dos Serviços de Assistência Médico Social (SAMS) por ter optado pelo sistema de saúde dos Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos. E já só temos 29 páginas;
- Depois, metade de uma página dá a palavra a 2 sócios para agradecerem aos SAMS terem sido muito bem tratados (poderiam dizer que tinham sido mal tratados?) e a outra meia página para para transcrever uma notícia da Lusa sobre a preocupação com as vacinas contra o SARS-COV-2. Ora 29 páginas menos 1, dá 28;
- Segue-se uma reportagem ao longo de 5 páginas sobre o Dia da Mulher, com muitas fotos de um evento que até poderá estar gravado e ser acedido via Internet, poupando-se algum espaço para questões laborais; mas não, logo, às 28 páginas se subtrairmos 5, ficam 23 para as tais matérias laborais;
- Como a Formação é importante nada como uma entrevista. A importância das acções comportamentais, em que se insere “A Gestão de conflitos geracionais em família”, não podia deixar de ocupar 6 páginas, nas quais as fotos no todo ocupam umas 3. Bem, pelas minhas contas temos agora 17 páginas para falar dos problemas dos bancários nos locais de trabalho, o que me parece razoável;
- Foi, porém, também julgado importante (e quem sou eu para discordar!) dedicar 6 páginas aos problemas de saúde específicos da Mulher, o que, de subtração em subtração já só temos 11 páginas disponíveis;
- Mas, a não menos importante notícia divulgada na revista cientifica “JBJS Case Connector”, sobre uma técnica, minimamente invasiva, para o tratamento da instabilidade anterior do ombro, teve honras de 4 páginas, foto e imagens de cariz cientifico que os “mangas de alpaca”, que são os bancários, ansiavam CONHECER AO PORMENOR. E temos agora (talvez chegue para as questões laborais) 7 páginas. Talvez se consiga arranjar espaço para abordar aqueles problemas das horas extraordinárias não remuneradas. O quê?! Já não há horas não pagas!? O horário é escrupulosamente cumprido!? Então as 7 páginas até são demais...
- As questões jurídicas (3 páginas em que se insere uma enorme foto) abordam um tema que me não parece o mais importante no contexto actual mas que, além dos aspectos técnicos (que são importantes, falo a sério) deveria ter um enquadramento político-sindical. E sete, menos 3, dá 4;
Se agora, continuando as nossas contas, retirarmos a capa anterior, a capa posterior e o índice (3 páginas) sobra 1 (UMA) para as questões sindicais.
Pois, foi essa página, precisamente a página 6, da Revista do sindicato, que me fez sorrir de alegria.
SÓ UMA PÁGINA PARA A ACTIVIDADE SINDICAL PROPRIAMENTE DITA. QUE MARAVILHA!!!
Essa página 6 que tem uma foto que ocupa cerca de ⅓ do espaço, uns títulos e um resumo que ocupam outro terço e um texto de fundo, reportando uma situação que atinge os trabalhadores bancários do Santander desde Setembro de 2020, é a ÚNICA referência à actividade sindical propriamente dita na revista do sindicato.
Mas, os “despedimentos” de bancários (já são cerca de 2000 em toda a Banca?) do Santander, mencionados na página 6 da Revista, são motivo de sorrisos, de felicidade? NÃO!
O que é motivo de alegria, de felicidade, de satisfação, é saber que vai tudo muito bem no sector bancário ao nível laboral. Se assim não fosse, seguramente a Direcção do meu sindicato encheria as páginas da Revista com análises político sindicais que estão, ou virão a estar, na ordem do dia das preocupações dos trabalhadores. Não o fazendo é porque tudo está bem.
Se apenas UMA notícia de cariz especificamente laboral é inserida num órgão de comunicação do sindicato, isso demonstra, pois não pode ter outro significado!, que na banca não há nada a assinalar, há paz e concórdia, e os trabalhadores (excepto os do Santander, infelizmente, coitados!) estão bem e recomendam-se.
Parabéns à Direcção do Sindicato por esta paz social.
Tenho ou não razões para sorrir e estar feliz?
Ao estado a que isto chegou… Enfim!...
Sem comentários:
Enviar um comentário