Imagem obtida em “Pensar bem Viver bem”
Estupidez ou ingenuidade?
“Para corresponder à decisão dos restantes sindicatos da Febase de não se fundirem no Mais Sindicato bem como à alteração do funcionamento das instituições devido à pandemia de covid-19, a Direção do MAIS apresentou uma proposta de alteração parcial dos estatutos que mereceu a aprovação de uma larga maioria dos conselheiros presentes”
A difusão desta informação que pode ser lida no espaço da Internet do chamado MAIS, Sindicato do Sector Financeiro (ver AQUI), merece uma reflexão por parte dos associados.
Para os que lembram e também para os que já não se lembram recordo que na altura da constituição da FEBASE, o que muitos trabalhadores bancários, sócios do SBSI defendiam era a constituição de um Sindicato ÚNICO, constituído, no mínimo, pelos 3 sindicatos bancários de maior representatividade na banca (SBC, SBN, SBSI). Mas, não foi este o entendimento das Direcções dos 3 sindicatos e resolveram constituir a FEBASE, sugerindo, até, que seria um “passo” intermédio necessário para o sindicato ÚNICO. Passo intermédio necessário porque, digo eu que digo coisas, e fazendo um juízo de valor possivelmente errado, os membros das direcções sindicais ainda não estavam disponíveis para abdicar dos cargos que exerciam. A corresponder à verdade este meu juízo de valor, vem o mesmo também demonstrar que o objectivo da constituição da FEBASE de “alicerçar a solidariedade e a unidade entre todos os trabalhadores, desenvolvendo a sua consciência sindical” não foi alcançado, nem sequer entre os dirigentes dos 3 sindicatos dos bancários.
Ainda antes da constituição do MAIS, em 2018, o SBC, SBN e SBSI promoveram referendos autónomos, com perguntas diferentes, em que, na pratica, alargavam o âmbito geográfico de intervenção a todo o território para, segundo o SBSI, poder vir a integrar um Sindicato ÚNICO. A questão, pareceu-me, então, melindrosa, pois podia ser entendida como uma “OPA” hostil aos outros sindicatos. E acabou por o ser relativamente ao SBN, pois os associados recusaram a extinção do seu sindicato.
Não restavam então dúvidas e continuam agora a não existir dúvidas que a “trapalhada” negocial” entre os 3 sindicatos dos bancários contribuiu para mais uma machada no objectivo da constituição da FEBASE de “alicerçar a solidariedade e a unidade entre todos os trabalhadores, desenvolvendo a sua consciência sindical” que não foi alcançado, nem sequer entre os dirigentes dos 3 sindicatos dos bancários.
Perante estes dados qualquer dirigente sindical, por muito mau que seja, nunca avançaria para a constituição de um sindicato com vista à unificação dos sindicatos do sector financeiro sem ter a garantia de que todos ou quase todos, a maioria pelo menos, aderiria.
Estúpida ou ingenuamente a maioria (?) dos dirigentes e a maioria dos sindicalistas com assento no Conselho Geral do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas avançaram de “peito feito” para o consentimento político dos Estatutos do MAIS. Gastaram tempo, dinheiro e criaram divisões entre sindicatos do sector (ver AQUI e AQUI).
Tudo isto é agora reconhecido de forma sub-reptícia pelo MAIS quando vem justificar a alteração estatutária proposta ao Conselho Geral pela Direcção com a "decisão dos restantes sindicatos da Febase de não se fundirem no Mais Sindicato." Ou seja, ao invés de só avançarem com a constituição do MAIS depois de terem o acordo de todos ou da maioria dos sindicatos, começaram a construir a casa pelo telhado.
E, por favor, não atirem as culpas para o ex-Presidente da Direcção, Rui Riso, pois a Direcção do Sindicato é um órgão colegial em que as deliberações são tomadas por maioria. Quem na Direcção votou contra?
E, por favor, membros do Conselho Geral, não atirem as culpas para a Direcção do Sindicato, pois o Conselho Geral também é um órgão colegial em que as deliberações são tomadas por maioria. Alguém assume que votou a favor?
E agora, perguntarão os associados do sindicato? Podemos estar de acordo com o diagnóstico, mas qual é o prognóstico? Não tenho (ninguém tem) uma varinha de condão que altere o estado a que o sindicato chegou, mas já em Outubro de 2020 afirmava que “ (…) o momento é de crise e as políticas sindicais da Tendência Sindical Socialista, conjugadas com os seus aliados “TSDs” são de tal forma (como já se comprovou) graves para os trabalhadores que se pode justificar o sacrifício” Que sacrifício? (ver AQUI).
Não serão as iniciativas e opiniões individuais (como esta) que irão mudar este estado de coisas no sindicato. Só de forma colectiva, sem protagonismos exagerados, sem “salvadores da pátria” e com os trabalhadores bancários, nomeadamente os que estão no activo, a mudança desejada e necessária será possível.
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