quarta-feira, 14 de julho de 2021

O ARRAIAL


O ARRAIAL


Eram 16 horas e 30 minutos do dia 13 de Julho de 2021 quando, vindo do lado da calçada da estrela, comecei a ouvir a música de António Variações, o som dos bombos e, logo de seguida, vejo uma muito pequena multidão (200, 400 pessoas), uns “gigantones” passeando-se pelo meio das pessoas, um indivíduo que sobressaía acima das cabeças por estar sobre umas andas, muitos balões, uma camionete com uma aparelhagem sonora em cima, bandeiras, cartazes e muitas gente envergando camisolas de cores distintas com textos diversos.

Um autêntico arraial popular instalado frente a Assembleia da República e protegido pela PSP que bloqueava o acesso àquele espaço. Só faltavam as barracas das “farturas” e outras que nos habituamos a ver nas feiras.

Estaria enganado?! Seria ali o local que 7 sindicatos dos bancários tinha convocado para uma MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO?

A primeira impressão foi má, pois mais me parecia estar perante uma festa de convívio de uma “meia dúzia” de bancários.

A diminuta participação de bancários era manifesta perante a importância do que estava em causa: DESPEDIMENTOS! Essa noção, esse desfazamento, era de tal forma interiorizado que os dirigentes sindicais davam os seus comentários à Comunicação Social (televisões) rodeados de grupos para que as imagens (alegadamente) escondessem a diminuta participação. Diminuta face aos mais de 60.000 (?) bancários que existem a nível nacional e aos milhares de despedimentos que se preveem. Mesmo considerando que a manifestação decorria em Lisboa, onde trabalham alguns milhares, eram muito poucos os bancários que tinham aderido ao apelo dos dirigentes sindicais.

Menos que uma hora depois começaram as intervenções dos dirigentes sindicais representantes dos 7 sindicatos responsáveis pela convocação da manifestação. Desisti de os ouvir. À noite, nos telejornais, iria ouvir uma súmula do que iriam dizer.

O mais importante, a demonstração de unidade e solidariedade, de protesto, para que os banqueiros se apercebessem e arrepiassem caminho, não era conseguido. Os bancários não tinham correspondido aos apelos dos dirigentes sindicais. PORQUÊ?

PORQUÊ, é a pergunta que aqui deixo. 

2 comentários:

  1. se calhar a maioria de bancários presentes eram reformados.
    Em resposta á pergunta , penso que é devido à total inércia de muitas das direções do DBSI aproveitada pelos bancos para amedrontar os bancários que também têm vindo a pensar neles como um só e não como um coletivo.

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  2. Ninguém tem confiança nos vários sindicatos bancários. Estive lá mas não foi para o folklore. As direções sindicais são apenas folklore deplorável para evitar que os verdadeiros sindicalistas sejam conhecidos.uma lástima

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