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obtida no portal de “ACESSA.COM”
A
PARTE HUMANA DOS SAMS
Quantos
de nós não terão tido ao longo das vidas momentos que nos fazem
acreditar que neste mundo há pessoas que se interessam pelo bem
estar dos outros?
Neste
período que atravessamos e em que somos
surpreendidos pela inusitada
deliberação
da Direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) de
mandar encerrar todos os serviços dos SAMS (Serviços de Assistência
Médico Social) durante um mês, sugerindo aos cerca de 100 mil
beneficiários que recorressem ao Serviço Nacional de Saúde ou à
AdvanceCare caso
necessitassem
de algum serviço de saúde, há
recordar exemplos
de
momentos
bons
que nos levem a resistir às atitudes nada dignificantes com que
estamos
a ser
confrontados.
A
minha mulher, que tinha sido operada a uma catarata há menos de um
mês no Hospital dos Olivais - Lisboa (propriedade dos SAMS/SBSI),
recebeu há meia dúzia de dias um telefonema da Drª CC, a médica
que a tinha operado.
O
teor do telefonema foi, mais ou menos, o seguinte:
CC
– Boa tarde. D. Anita?
Anita
– Sim. Faz favor de dizer?
CC
– Fala CC.
Anita
– (silêncio)
CC
– Dr.ª CC, dos SAMS.
Anita
– Ah!!! Boa tarde. Diga Drª.
CC
– Quero saber se está tudo bem. Continua a pôr as gotas?
Anita
– Está tudo bem. Vejo perfeitamente, menos ao pé. Quanto às
gotas terminam dentro de 15 dias.
CC
– E comprou os óculos que a aconselhei?
Anita
– Claro. Vejo, ao pé, perfeitamente com eles.
CC
– Muito bem. Então se tiver algum problema não hesite em
contactar-me. Mas não saia de casa. Telefone.
Anita
– Pode ficar descansada… Só saio para fazer comprar e ir à
farmácia. E a Dr.ª como é que está?
E
a conversa continuou por mais uns minutos.
Fiquei
agradavelmente surpreendido com este telefonema, pois nada obrigava
esta SENHORA a contactar um doente que estava em fase de recuperação
e impedido de se deslocar aos serviços dos SAMS. Não temos
qualquer relação de amizade com esta médica, excepto a que decorre
das relações médico / doente e exclusivamente nesse âmbito.
Como
esta médica seguramente outros haverá (uma maioria?) que indo além
da competência técnica da profissão adicionam-lhe o lado humano
indispensável a quem está numa situação fragilizada: os doentes.
São
estes (e outros) procedimentos mais humanos dos profissionais de
saúde dos SAMS que fazem desta NOSSA instituição de saúde um
local em que nos sentimos protegidos e que acalenta a nossa fé no
nosso semelhante.
Infelizmente
há quem tenha
uma visão tecnicista
dos
SAMS e desvaloriza a parte humana e, assim, sem hesitações, manda
encerrar os serviços com prejuízo de milhares de utentes.
Por
isso, os gestos humanistas de quem não é profissionalmente obrigado
a tê-los deve ser evidenciado como exemplos a seguir numa sociedade
que se quer cada vez mais solidária.
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