quarta-feira, 25 de março de 2020

O COMUNICADO DO SBSI


Imagem obtida no portal do SBSI


O COMUNICADO DO SBSI



A Direcção do SBSI (Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas), pressionada pelas circunstâncias, emitiu um comunicado (ver AQUI), agora com mais de 3 linhas.

As linhas de força deste Comunicado são, quanto a mim, quatro

O agradecimento aos médicos;

A cronologia do que aconteceu;

A solução (?) encontrada;

A vitimização.


AGRADECIMENTOS AOS MÉDICOS

Solidarizo-me com este agradecimento, não só aos médicos dos SAMS, mas a todos os profissionais de saúde e aos profissionais administrativos e auxiliares que trabalham no nosso sistema de saúde. Contudo, seria importante que todos nós soubéssemos quem responsabilizar caso não tiverem sido tomadas medidas atempadas que evitassem os contágios, como, por exemplo, o não se ter colocado em quarentena os trabalhadores ou doentes contagiados ou que tivessem estado em contacto com pessoas infectadas.

Se os Directores Clínicos não tomaram medidas atempadas e / ou as não propuseram são eles, médicos, os primeiros responsáveis; se as propuseram e não foram aceites é a Direcção do SBSI a única responsável. E, sobre isto, o comunicado da Direcção do SBSI nada diz, nada esclarece.


A CRONOLOGIA DO QUE ACONTECEU

Não duvido que o que está escrito foi o que aconteceu, mas duvido que tudo o que não aconteceu, mas devia ter acontecido, esteja escrito.

Quando a Direcção Clínica e/ou a Direcção do SBSI tomaram conhecimento que houve pessoas infectadas mandaram colocar essas pessoas em isolamento e afastaram do serviço as pessoas que foram contactadas pelos infectados? Há que informar se esta medida se verificou. Há que proceder a um inquérito para desfazer quaisquer dúvidas ou boatos e responsabilizar quem quer que seja se for caso disso.


A SOLUÇÃO (?) ENCONTRADA

A solução encontrada, já conhecida dos trabalhadores bancários, foi a “interrupção da totalidade da atividade” dos serviços dos SAMS.

Imagine-se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a proceder de igual forma! Qual seria o caos que se geraria no país e como seriam os protestos da população se fosse interrompida a total actividade do SNS. (In)felizmente os bancários são pacificamente civilizados.

Há quem pergunte qual a alternativa NESTA FASE INFECCIOSA dos SAMS? Sem certezas nem convicções e na minha ignorância, considero que o Serviço Nacional de Saúde é um exemplo dos procedimentos que os SAMS podiam ter copiado com as necessárias adaptações.

1 – Manter todos os trabalhadores dos SAMS nos seus postos de trabalho, proporcionando-lhes os meios necessário para se defenderem de um eventual contágio, excepto, obviamente, sem a presença dos que estivessem infectados ou fossem suspeitos de o poderem estar;

2 – Promoverem o atendimento médico telefónico aos beneficiários;

3 – O atendimento presencial seria autorizado aos que após o atendimento telefónico fossem encaminhados pelo médico para os serviços com horário disponível e para os mais próximos da residência do beneficiário ou para as urgências, consoante a gravidade que fosse perceptível;

4 – Os beneficiários suspeitos de estarem infectados com COVID-19 teriam que recorrer ao SNS24.

Outra foi a decisão da Direcção do SBSI. E com essa decisão milhares de bancários, beneficiários dos SAMS, ficaram impedidos de ter acesso em melhores condições à saúde.


A VITIMIZAÇÃO

Tal como previ e já disse, a Direcção termina o comunicado afirmando:

Lamentamos o aproveitamento deste momento particularmente difícil para outros fins que não aquele em que todos, mas mesmo todos, devemos estar focados. Haverá muito tempo para combate político e negociação colectiva

Sobre este trecho claramente político-sindical, afirmei e repito, sem me referir concretamente a quem quer que seja, mas genericamente, o seguinte:

Antes que alguém me venha acusar de estar a procurar tirar dividendos político-sindicais desta situação e que “nesta hora difícil todos devemos estar unidos” esclareço que a unidade na acção contra o COVID 19 não pode permitir que se pactue com quem não toma decisões que se querem atempadas ou que as toma de forma incompetente e em razão das decisões provoque o prejuízo de milhares de pessoas.




NOTA IMPORTANTE

Já depois deste texto de opinião ter sido escrito está-se a constatar, pelo que a Comunicação Social está a divulgar, que as entidades privadas de saúde já se encontram disponíveis para receber, acompanhar e tratar, nas próprias instalações, pessoas infectadas com o COFID-19 sem que tenham que as enviar para o SNS.

Estas entidades privadas adaptaram-se rapidamente às circunstâncias do momento criando condições para prestar todos os cuidados de saúde que devem ser assegurados por uma entidade prestadora de serviços de saúde.


E os SAMS / SBSI?


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A cada dia que passa a história dos SAMS agrava-se…

Lentamente a história vai-se conhecendo e. ao que é dito, a “DECISÃO FOI TOMADA EM CIMA DO JOELHO EM FUNÇÃO DO PÂNICO QUE SE GEROU POR HAVER CASOS DE COVID-19 NO HOSPITAL”.

Aceder à Visão de 26 de Março AQUI


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