AUTOEUROPA - Uma boa notícia (para já)

Imagem obtida no Portal da RTP

AUTOEUROPA

“Atenção ao Parque Industrial da AutoEuropa e à AutoEuropa:

A evolução da situação neste pólo industrial, com mais de 10 000 trabalhadores, exige redobrada atenção das autoridades públicas, do movimento sindical e de todos nós, porque ali se joga o futuro do emprego e dos direitos de muitos trabalhadores, com um impacto decisivo na economia nacional e da região.

A situação das 16 empresas (mais 3 que operam dentro da AutoEuropa) que operam no Parque Industrial da AutoEuropa, com quase 5 000 trabalhadores, reflecte a profunda dependência para com o grupo VW e é mais difícil que a da AutoEuropa. Estão em geral paralisadas, combinando o lay-off com o uso de "Down Days" (períodos de paralisação com garantia salarial pelas empresas) e de créditos de dias de férias e de trabalho acumulados. O efeito imediato do início da paralisação em 16 de Março na AutoEuropa foi desde logo o despedimento de 600 trabalhadores com contratos precários, muitos dos quais com situações dramáticas de falta de apoios sociais por não terem períodos contributivos suficientes para o recurso aos subsídios normais. O risco de mais despedimentos, sobretudo de precários, nas empresas que ainda não usaram esse recurso, é real.

A Coordenadora das CTs do Parque Industrial denunciou e reclamou a intervenção da ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) no terreno, sem que haja até agora conhecimento de resultados.

Quanto à AutoEuropa, a boa notícia é que os trabalhadores da empresa conseguiram acordo com a administração para assegurar a totalidade do salário no período do lay-off previsto a que a empresa recorreu, assegurando a empresa o terço da remuneração mensal não coberta por este processo. O comunicado de ontem (ver abaixo) à tarde da CT assim o confirmou.

A empresa, que emprega cerca de 6 000 trabalhadores, está neste momento a usar os 22 "Down Days" deste ano para a paralisação da produção já em curso, deverá realizar o lay-off entre 20 e 27 Abril, depois de utilizar também até lá os créditos de dias acumulados de anos anteriores, estando neste momento ainda por conhecer os termos do prolongamento ulterior do lay-off. É também um motivo de preocupação o futuro de cerca de 1 000 trabalhadores com contratos precários. O grupo VW, que ocupa cerca de 660 000 trabalhadores no mundo, tem quase todas as suas unidades paralisadas pelos efeitos do Covid-19.”

Autor: Henrique Sousa (Coordenador da Direcção da PRÁXIS)

Fonte original: Ver AQUI

NOTA: Sublinhados da minha responsabilidade

COMUNICADO DA CT DA AUTOEUROPA