sábado, 9 de maio de 2020

A manifestação acabou… E AGORA?



Foto obtida no espaço de Gualberto Tomé


A manifestação acabou… E AGORA?



Quarente e oito horas depois da Manifestação promovida no passado dia 7 de Maio pelo “Secretariado Sindical da Secção Sindical de Reformados” do “Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas” (SBSI) e apoiada pelo “MUDAR – Movimento de Unidade, Democracia e Acção Reivindicativa”, tendência sindical organizada no seio do SBSI, não tenho conhecimento que tenha sido divulgado, como se impunha, qualquer comunicado destas duas estruturas sindicais.


COM OU SEM MANIFESTAÇÃO OS SAMS IRIAM ABRIR

Vi e ouvi na TVI24, no próprio dia da Manifestação, uma pequena reportagem e imagens de um pequeno aglomerado de pessoas. Também, sem imagens, no espaço online da RTP, foi feita uma curtíssima referência à Manifestação. Nas redes sociais alguns trabalhadores bancários (poucos) pronunciaram-se, à pala da Manifestação, contra o encerramento dos serviços de prestação de saúde dos SAMS e, até, consideraram que tinha sido a pressão exercida pelo anúncio da convocação da Manifestação que levara os responsáveis dos SAMS a deliberar apressadamente a abertura que, segundo essas opiniões, fora feita mais cedo do que o previsto. Ou seja, admitiram que os serviços dos SAMS iriam de qualquer forma abrir, embora mais tarde, mesmo que, digo eu, sem Manifestação.


A GUERRA DOS NÚMEROS OU O QUE REPRESENTAM

Ainda sobre o impacto visual da manifestação existem os testemunhos fotográficos que alguns trabalhadores bancários difundiram nas redes sociais e que demonstram a presença de umas 50 pessoas. Embora não considere que a quantidade de pessoas numa manifestação seja a única forma de aferir a importância da mesma, não deixa, porém, de ser um dado relevante. Relevante porque (e não o pudemos esquecer) este assunto respeita a cerca de 50 mil associados do SBSI, que são simultaneamente beneficiários dos SAMS, para já não falar dos 100 mil utentes destes serviços. Mesmo que se alegue que a Convocatória da Manifestação se dirigia essencialmente aos trabalhadores bancários na situação de reforma e que se podem estimar em cerca de 15 mil, não deixa de ser o número de participantes na Manifestação inferior a 1%, mais concretamente 0,3333… %. Contudo, mesmo que as presenças fossem o triplo das que estimo, a percentagem de pessoas na Manifestação, face ao universo a que se dirigia a Convocatória (15 mil) seria de 1%, o que... é um desastre.


O ANTIGO NORMAL versus O NOVO NORMAL

Não é muito claro o que pretende o Secretariado de Reformados e o MUDAR. De forma sintética, face ao que têm divulgado, direi que querem a abertura dos SAMS e com todos os cuidados que protejam utentes e profissionais. Mas, não é isso o que começou a ser feito nos SAMS e no SNS? Desiludam-se os que pensam que reabrir os SAMS é sinónimo do regresso ao ANTIGO NORMAL. Não tenham dúvidas que o NOVO NORMAL, que é o que os SAMS e o SNS estão a praticar na área da saúde, veio para ficar e por muito tempo. Ao ANTIGO NORMAL só voltaremos quando for encontrado tratamento eficaz ou cura para o COVID-19.


NA PEUGADA DO SNS OU SOB PRESSÃO DE UMA MANIF

Recordemos, agora, a situação presente no Serviço Nacional de Saúde. Como tem vindo a ser noticiado na Comunicação Social os serviços de saúde dependentes do SNS e que estavam essencialmente dedicados ao tratamento do COVID-19, só agora criaram as regras que lhes vão permitir, a 11 de Maio, abrirem progressivamente as consultas presenciais com marcação prévia, mas, continuando a dar primazia às consultas através do telefone e da internet. Devemos concluir que os SAMS estão a seguir na peugada do que o SNS vai fazendo? Ou devemos concluir que os SAMS estão a abrir os serviços devido às pressões da convocatória de uma Manifestação?


A QUESTÃO DE FUNDO: DECIDIR SOB PRESSÃO

Que a Direcção do SBSI errou, quando mandou encerrar TODOS os serviços dos SAMS, é uma conclusão que não deixa margem para dúvidas.

Quando a Direcção do SBSI tomou conhecimento que no Hospital dos SAMS se estava a verificar uma infecção e que se já começavam a evidenciar graves consequências desse facto, entrou em pânico e tomou uma medida drástica que, na minha opinião e na de muito boa gente, não terá sido a melhor. E não foi!

Esta Direcção foi negligente ao não antecipar as medidas que se impunham para prevenir os contágios entre doentes e profissionais de saúde e não teve a capacidade de, sob pressão, tomar decisões em que a cura se não revelasse má ou mesmo pior que a doença. Temos uma Direcção que sob pressão não conseguiu reagir com a calma e a sapiência necessárias a uma situação grave.

E, perante isto, impõem-se uma pergunta à consciência de todos e de cada um: Queremos uma Direcção no SBSI que não consegue funcionar sob pressão? PORQUE ESTA É UMA QUESTÃO DE FUNDO.


E AGORA?

Para que no futuro os sócios do SBSI tenham uma alternativa credível à composição da actual Direcção há que, desde já, começar a trabalhar nesse sentido para que a oposição não surja só quando há eleições ou quando se verifiquem acontecimentos relevantes.

Impõe-se uma permanente pedagogia que alerte constantemente os Bancários para tudo o que se verifica no Sindicato e nos SAMS e, nesse sentido, por me parecer do interesse de todos e sermos devidamente esclarecidos, aqui deixo, até como alerta, uma simples pergunta:

EM QUE CONDIÇÕES A PROPRIEDADE E A GESTÃO DO SAMS / SBSI PASSARÁ A SER ENQUADRADA NO “SINDICATO DA BANCA, SEGUROS E TECNOLOGIAS” (MAIS SINDICATO)?




Foto obtida no espaço de Ana Cristina Santos




Foto obtida no espaço de Ana Cristina Santos

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