Foto
obtida no espaço de Gualberto Tomé
A
manifestação acabou… E AGORA?
Quarente
e oito horas depois da Manifestação promovida no passado dia 7 de
Maio pelo “Secretariado Sindical da Secção Sindical de
Reformados” do “Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas” (SBSI)
e apoiada pelo “MUDAR – Movimento de Unidade, Democracia e Acção
Reivindicativa”, tendência sindical organizada no seio do SBSI,
não tenho conhecimento que tenha sido divulgado, como se impunha,
qualquer comunicado destas duas estruturas sindicais.
COM
OU SEM MANIFESTAÇÃO OS SAMS IRIAM ABRIR
Vi e
ouvi na TVI24, no próprio dia da Manifestação, uma pequena
reportagem e imagens de um pequeno aglomerado de pessoas. Também,
sem imagens, no espaço online da RTP, foi feita uma curtíssima
referência à Manifestação. Nas redes sociais alguns trabalhadores
bancários (poucos) pronunciaram-se, à pala da Manifestação,
contra o encerramento dos serviços de prestação de saúde dos SAMS
e, até, consideraram que tinha sido a pressão exercida pelo anúncio
da convocação da Manifestação que levara os responsáveis dos
SAMS a deliberar apressadamente a abertura que, segundo essas
opiniões, fora feita mais cedo do que o previsto. Ou
seja, admitiram que os serviços dos SAMS iriam de qualquer forma
abrir,
embora mais tarde, mesmo que, digo eu, sem Manifestação.
A
GUERRA DOS NÚMEROS OU O QUE REPRESENTAM
Ainda
sobre o impacto visual da manifestação existem os testemunhos
fotográficos
que alguns trabalhadores bancários difundiram nas redes sociais e
que demonstram
a presença de umas 50 pessoas.
Embora não considere que a quantidade de pessoas numa manifestação
seja a única forma de aferir a importância da mesma, não deixa,
porém, de ser um dado relevante. Relevante porque (e não o pudemos
esquecer) este assunto respeita a cerca de 50 mil associados do SBSI,
que são simultaneamente beneficiários dos SAMS, para já não falar
dos 100 mil utentes destes serviços. Mesmo que se alegue que a
Convocatória da Manifestação se dirigia essencialmente aos
trabalhadores bancários na situação de reforma e que se podem
estimar em cerca de 15 mil, não deixa de ser o número de
participantes na Manifestação inferior a 1%, mais concretamente
0,3333… %. Contudo,
mesmo que as presenças fossem o triplo das que estimo, a percentagem
de pessoas na Manifestação, face ao universo a que se dirigia a
Convocatória (15 mil) seria de 1%, o que... é um desastre.
O
ANTIGO NORMAL versus O NOVO NORMAL
Não
é muito claro o que pretende o Secretariado de Reformados e o MUDAR.
De forma sintética, face ao que têm divulgado, direi que querem
a abertura dos SAMS e com todos os cuidados que protejam utentes e
profissionais.
Mas, não é isso o que começou a ser feito nos SAMS e no SNS?
Desiludam-se os que pensam que reabrir os SAMS é sinónimo do
regresso ao ANTIGO NORMAL. Não tenham dúvidas que o NOVO NORMAL,
que é o que os SAMS e o SNS estão a praticar na área da saúde,
veio para ficar e por muito tempo. Ao ANTIGO NORMAL só voltaremos
quando for encontrado tratamento eficaz ou cura para o COVID-19.
NA
PEUGADA DO SNS OU SOB PRESSÃO DE UMA MANIF
Recordemos,
agora, a situação presente no Serviço Nacional de Saúde. Como tem
vindo a ser noticiado na Comunicação Social os serviços de saúde
dependentes do SNS e que estavam essencialmente dedicados ao
tratamento do COVID-19, só agora criaram as regras que lhes vão
permitir, a 11 de Maio, abrirem progressivamente as consultas
presenciais com marcação prévia, mas, continuando a dar primazia
às consultas através do telefone e da internet. Devemos
concluir que os SAMS estão a seguir na peugada do que o SNS vai
fazendo?
Ou
devemos concluir que os SAMS estão a abrir os serviços devido às
pressões da convocatória de uma Manifestação?
A
QUESTÃO DE FUNDO: DECIDIR SOB PRESSÃO
Que
a Direcção do SBSI errou, quando mandou encerrar TODOS os serviços
dos SAMS, é uma conclusão que não deixa margem para dúvidas.
Quando
a Direcção do SBSI tomou conhecimento que no Hospital dos SAMS se
estava a verificar uma infecção e que se já começavam a
evidenciar graves consequências desse facto, entrou em pânico e
tomou uma medida drástica que, na minha opinião e na de muito boa
gente, não terá sido a melhor. E não foi!
Esta
Direcção foi negligente ao não antecipar as medidas que se
impunham para prevenir os contágios entre doentes e profissionais de
saúde e não teve a capacidade de, sob pressão, tomar decisões em
que a cura se não revelasse má ou mesmo pior que a doença. Temos
uma Direcção que sob pressão não conseguiu reagir com a calma e a
sapiência necessárias a uma situação grave.
E,
perante isto, impõem-se uma pergunta à consciência de todos e de
cada um: Queremos
uma
Direcção no SBSI que não consegue funcionar sob pressão? PORQUE
ESTA É UMA QUESTÃO DE FUNDO.
E
AGORA?
Para
que no futuro os sócios do SBSI tenham uma alternativa credível à
composição da actual Direcção há que, desde já, começar a
trabalhar nesse sentido para que a oposição
não surja só quando há eleições ou quando se verifiquem
acontecimentos relevantes.
Impõe-se
uma permanente pedagogia que
alerte constantemente os Bancários para tudo o que se verifica no
Sindicato e nos SAMS e, nesse sentido, por me parecer do interesse de
todos e sermos devidamente esclarecidos, aqui deixo, até como
alerta, uma simples pergunta:
EM
QUE CONDIÇÕES A PROPRIEDADE E A GESTÃO DO SAMS / SBSI PASSARÁ A
SER ENQUADRADA NO “SINDICATO DA BANCA, SEGUROS E TECNOLOGIAS”
(MAIS SINDICATO)?
Foto
obtida no espaço de Ana
Cristina Santos
Foto
obtida no espaço de Ana Cristina Santos
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