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obtida em “GENJURÍDICO”
Vice-presidente
do SBSI confessa:
Os
salários continuam a cair
O Editorial de Maio de 2019
(ver AQUI) da revista mensal do “Sindicato dos Bancários do
SUL e Ilhas” (SBSI) é inócuo.
Logo
no primeiro parágrafo afirma-se que existe “um
mau clima social em alguns bancos em Portugal” o que não
é mais do que uma constatação de uma realidade já conhecida dos
bancários.
No
segundo parágrafo critica-se “a busca de
resultados desmedidamente ambiciosos” na banca para se
concluir que contribuem para o resultado de uma “má
gestão económica”. Contudo, não se faz qualquer
referência critica às pressões a que os trabalhadores bancários
são sujeitos para alcançarem os objectivos que as Direcções dos
bancos estabelecem.
“Que
miserável vergonha!”, clama o autor do Editorial,
reportando-se ao “aumento” salarial que a Banca propôs e a que
ele chama de “oferta”. Como se um aumento salarial fosse uma
“oferta”! Não será antes uma justa retribuição, embora
parcialmente compensatória, das mais valias que os Bancários
produziram para benefício dos acionistas dos bancos?
O
Vice-presidente do SBSI talvez receando que se não saiba que “(…)
existem bancários no activo e reformados
que há 10 anos não veem a sua tabela/reforma actualizada”
não deixa de o referir, mas esquece-se de comentar o que as
Direcções (não) fizeram para alterar a situação. E, termina com
mais uma verdade do senhor de La Palisse: “(…) os
salários da classe bancária continuam a cair (...)”.
O
diagnóstico do Vice-Presidente do SBSI está correcto. Contudo, um
dirigente quando faz um diagnóstico tem a obrigação de apontar
caminhos para a solução dos eventuais problemas resultantes do
diagnóstico que faz. Porque é também para isso que um sindicato
serve.
Não
é sindicalmente honesto apontar como caminhos estas duas alegadas
propostas:
1
- “Temos de encontrar uma saída para este
flagelo social (...)”, lê-se no Editorial
TEMOS?!
Mas TEMOS quem? Há
quantos anos se não fazem reuniões de trabalhadores?
A
altíssima
abstenção que se verificou nas recentes eleições para os Corpos
Gerentes do SBSI foram (são) a resposta clara ao TEMOS
e
denuncia o inexistente
trabalho que,
em conjunto com
os bancários,
os dirigentes sindicais tinham a obrigação de ter tido.
Não há TEMOS
e não parece que estejamos perante uma
proposta. Talvez... um desejo…?! Ou
uma intenção.
2
- “ESTAREMOS
ATENTOS” ao
“problema
dos colegas do Millennium BCP”,
promete-se no Editorial.
Ser-nos-à
permitido pensar solidariamente que
este é
um problema de TODOS e não
só dos colegas do Millennium?
O sindicato não tem que
mobilizar todos os associados para lutarem pelos interesses e
direitos de todos e de cada um? “ESTAREMOS
ATENTOS”! Sem
duvida que o estar
atento não tem qualquer
significado prático
e representa... talvez
um estado de espírito…?!
Ninguém refuta o diagnóstico
que é feito no Editorial, mas também ninguém se sente galvanizado
pelo que lá é dito. Caminhos a percorrer? Nenhum. Sugestões?
Nenhuma. Mas, os bancários podem ficar descansados. Os dirigentes
que uma minoria de bancários elegeu, ESTÃO ATENTOS.
E o Editorial termina com dois
brilhantes pedaços de prosa.
“Os
bancários portugueses continuam no seio do furacão. Terão de saber
dar o salto
(...)”. Quando
e como vamos dar o “salto”?
O Vice-presidente do SBSI
não diz, mas vai ESTAR ATENTO.
Por
outro lado, estabelece-se,
de forma subliminar, uma
causalidade entre ser dirigente jovem e
trabalhador de grandes bancos
como razão necessária para estar atento e preocupado. É
o que
escreve, a finalizar o
Editorial, o Vice-presidente
do SBSI. Um absurdo! Como
absurdo seria dizer, em oposição ao
que escreveu o Vice-presidente do SBSI,
que ser dirigente velho e trabalhador de
pequenos bancos seria
um impedimento
a estar atento e preocupado
e não saber
agir em conformidade.
Por
fim, o título do
editorial: Ainda a crise!
A
que crise se refere este título? No entanto, o texto do Editorial,
que se pode chamar sub-título dá uma pista:
“O
crescimento económico está de regresso, mas os salários da classe
bancária continuam a cair, uma realidade reconhecida pela própria
UE”
Uma
frase contraditória e que é simultaneamente a confissão do
Vice-Presidente da Direcção do SBSI de que os dirigentes
sindicais dos bancários não conseguem impedir a queda dos
salários da classe bancária (há
mais de 10 anos) e, digo
eu, não
conseguem ter iniciativas sindicais que sustenham essa queda.
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