quarta-feira, 12 de junho de 2019

SINDICALISTA e POETA - Ferreira Guedes

Imagem obtida em "Antifascistas da Resistência"



SINDICALISTA e POETA


Muitos cidadãos partem do pressuposto que ser sindicalista e / ou dirigente sindical são actividades menos dignas, quando, na realidade, ser sindicalista é assumir (de forma nobre) as preocupações e a defesa dos interesses dos trabalhadores.

Também há quem considere que um sindicalista é um ser com uma menor sensibilidade, incapaz de ter poesia no coração. Nada menos verdadeiro. E há muitos exemplos que contrariam estes preconceitos primários.

Ser sindicalista e poeta não é contraditório e o que, para muitos trabalhadores, inclusive bancários, poderá constituir uma agradável surpresa é o exemplo de

ANTÓNIO FERREIRA GUEDES
Antifascista militante na Oposição contra a Ditadura, é um poeta de renome, cuja poesia estará para sempre associada ao canto de intervenção e protesto de Adriano Correia de Oliveira. Dirigente sindical com grande implantação na classe dos bancários desde finais da década de 60, foi perseguido pela PIDE, que chegou a impedi-lo de tomar posse numa direcção eleita.

Em 1962 (ano marcado pela crise académica e pelas lutas estudantis), publicou os primeiros poemas nas publicações Via Latina, “Poemas Livres” e “Poesia útil”, esta última editada para angariar fundos com vista à compensação de gastos da academia com a “Queima das Fitas”, que havia sido proibida na sequência de tomadas de posição dos estudantes (1).

Em 1964, no EP intitulado “Menina dos Olhos Tristes”, Adriano Correia de Oliveira cantou um poema de António Ferreira Guedes, que também musicou, intitulado “Erguem-se Muros”.

Em 1967, Adriano Correia de Oliveira lança o álbum intitulado «Adriano Correia de Oliveira», com três poemas da autoria de António Ferreira Guedes, musicados e cantados por ACO: “Pátria”, “Rosa dos Ventos Perdida” e “Rosa de Sangue”.

Em 1971, foi editado um EP, no qual a poesia de Ferreira Guedes é acompanhada pela viola de Serge Delaunay, com as seguintes faixas:

- Cinco Poemas Em Torno Das Palavras Do Poema (Ferreira Guedes)
- De Lisboa Escrevo (Ferreira Guedes/Carlos Paredes)
- Cinco Pedras Para Dentro Da Muralha (Ferreira Guedes/Carlos Paredes)
- Soneto (Ferreira Guedes/Carlos Paredes).

Também em 1971, Adriano Correia de Oliveira publicou o álbum “Gente de Aqui e de Agora”, que incluiu a canção com poema de António Ferreira Guedes: “Roseira Brava”.

José Labaredas publicou um EP com quatro poemas da autoria de António Ferreira Guedes:

- Em Cada Rosto A Secura (Ferreira Guedes/Casimiro Ramos)
- Quem Muitos Amores Tiver (Ferreira Guedes/Ricardo Borges Sousa)
- Quem Nasceu Para Ser Livre (Ferreira Guedes/José António de Sabrosa)
- Mal O Amor Começava (Ferreira Guedes/Francisco José Marques) (2).
  1. Poemas Livres 1 (Coimbra, 1962) contou com poemas de António Augusto Menano, César Oliveira, Fernando Assis Pacheco, António Ferreira Guedes, Francisco Delgado, José Carlos Vasconcelos, Manuel Alegre, Rui Namorado e Rui Polónio Sampaio.
  1. Editado em data por apurar, com poemas de Ferreira Guedes e guitarras de António Luís Gomes e Pedro Caldeira Cabral, e violas de Fernando Alvim e José Maria Nóbrega.



ROSA DE SANGUE
(Letra de F. Guedes - Musica de Adriano Correia de Oliveira - Acompanhamento a viola por Rui Pato)



(Sugere-se a visualização em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)


VEJA, TAMBÉM:Erguem-se Muros”, “Pátria”, “Rosa dos Ventos Perdida” e “Roseira Brava

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