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obtida em “Mútua dos Pescadores”
ECONOMIA
SOCIAL
Caridade
ou solidariedade
e
Sindicatos
Instituições de Solidariedade
Economia
Social “é
um setor que muitas vezes aparece como um paliativo, baseado na
caridadezinha, querendo apontar como que para uma relação entre
iguais, como se não houvesse aqui exploração” escreve
Américo Monteiro no “Jornal de Negócios” e prossegue
considerando que é “um setor onde existe
muita precariedade, baixos salários, horários médios e, com
significativa diferença salarial entre homens e mulheres”.
(ver AQUI).
Para
se saber o que é a Economia Social e a diferença comparativa com a
Economia Privada Capitalista pode recorrer-se ao “Google” e
ficar-se-à com uma noção relativamente boa. Grosso modo poderemos
dizer que na economia social os lucros (quando os há) não são
distribuídos pelos associados, mas reinvestidos na totalidade na
“empresa”, contrariamente à economia privada capitalista em que
os lucros são distribuídos pelos acionistas.
Já
quanto à “caridadezinha” não encontrei no “Google” (não
quer dizer que não existe) uma definição simples e sintética da
diferença que existe entre Caridade e Solidariedade. Por isso, há
já alguns anos, que defini “a minha diferença” que venho
tornando pública e que quero, também neste espaço, partilhar.
***
A
grande, a enorme diferença entre caridade e solidariedade
assenta na atitude que se tem na prestação de uma ajuda imediata
(que é caridade) sem que de alguma forma desenvolvamos
esforços para transformar a situação do carente (que é
solidariedade).
Praticarei
a caridade (e talvez fique de bem com a minha consciência) ao
dar a um pedinte uma moeda sem me voltar a preocupar com o problema e
sem que com a minha acção caritativa altere a vida daquela pessoa.
Serei
solidário se, para além da moeda, como forma de resolução
imediata de um problema, desenvolver todos os esforços ao meu
alcance para modificar a situação de carência, por forma a não
ser de novo abordado e ter de, de novo, praticar caridade.
A
moeda que dou (que antigamente se chamava esmola) apresenta-se agora
em novas formas: nos sacos de alimentos que nos pedem nos
supermercados, nas cantinas sociais (neologismo que substituiu a
antiga “sopa do Sidónio” ou noutras quaisquer formas de
caridade).
Evidentemente
que os mais desfavorecidos, apesar destas acções de caridade,
continuam mais desfavorecidos e estas acções, impropriamente
chamadas solidárias, além de os não dignificarem, não contribuem
para modificar o estatuto social em que, infelizmente, se encontram.
E não contribuem para alterar o status quo das pessoas porque
as mesmas são de natureza caritativa. São acções de caridade.
Não
afirmo, longe de mim, que a caridade não é importante para
impedir NO IMEDIATO danos maiores. Mas chamemos-lhe exactamente
isso: caridade. Não sublimemos a acção esmoler (caridade), que não
altera a situação de carência e mantém a supremacia de quem dá e
a dependência de quem recebe por necessidade.
***
Considerando,
como diz Arménio Monteiro, que no sector da Economia Social existe
precariedade, baixos salários, horários médios e desigualdades
salariais, reportando-se a trabalhadores por conta de outrem, não
devem, nem podem, os sindicatos ficar indiferentes às condições de
trabalho existentes neste sector. E não ficam! Segundo Américo
Monteiro a CGTP-IN considerou que “este
é um setor onde as condições de trabalho devem ser reforçadas e
melhoradas. Os desafios para a ação sindical nesta área são
grandes. Os sindicatos podem ter aqui um papel importante”.
Por
tudo isto atrevo-me a afirmar que os
Sindicatos são,
também, instituições
de solidariedade,
pois, através de acções reivindicativas, contribuem para alterar a
vida das pessoas nos mais variados aspectos.
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