Imagem obtida em “Na Pauta
online”
TABUS
SINDICAIS
Dizem
para aí que existem alguns sindicatos que poucos mais sócios têm
que os próprios dirigentes. Dizem. E a ser verdade qual é a
importância que isso tem?
Quando
dois sindicatos abrangendo o mesmo sector negoceiam um Contracto de
Trabalho basta um deles assinar o contracto (mesmo que tenha um
número de associados inferior ao outro que se recusa a assinar) para
que, inclusive através de uma Portaria de Extensão, esse contracto
se aplique a todos os trabalhadores do sector, incluindo os que são
sócios do sindicato que se recusou a assinar. Será isto, em
democracia, correcto?
A
questão da representatividade sindical é assunto de que poucos
falam, mas que urge discutir sem tabus. A quem interessa este tabu?
O
sistema democrático não confere que um qualquer grupo, mesmo que
maioritário, tenha razão. O sistema permite que se escolha e que a
opção a ser aplicada é a que tiver sido votada pela maioria. Não
se trata, portanto, de definir qual a opção mais correcta. Tantas e
tantas vezes a escolha da maioria veio posteriormente a constatar-se
ser pior, menos correcta, do que a a opção que foi derrotada. Como
muitos dizem, o sistema democrático pode não ser o melhor, mas é,
seguramente, o menos mau. O que é impensável, em democracia, é
que seja possível que a opção
escolhida por uma minoria seja
aplicada a todos. Absurdamente é o que parece
acontecer vezes demais no mundo
laboral quando é assinado por um sindicato
minoritário um Contracto de Trabalho que depois se
aplica a todos.
O Estado de Direito
Democrático não pode permitir que exista no seu seio, com a
complacência dos órgãos de poder, um nicho que não observe as
regras da democracia. Então porque o permite? E não se venha com a
desculpa esfarrapada que se não deve intervir nas relações de
trabalho!
Países, embora com tradições
sindicais diferentes das portuguesas, já aferem, desde há muitos
anos, a representatividade sindical e da forma que é
tradicionalmente democrática. Pelo número de associados. Têm mais
representatividade os sindicatos que tiverem mais sócios. Em
Portugal a questão de fundo que urge definir prende-se
com a forma como se pode aferir a quantidade de
associados de cada sindicato.
Entendo, porque seria a mais
democrática atitude, que os acordos de trabalho negociados pelos
sindicatos só seriam passíveis de ser juridicamente aplicados
quando os sindicatos que os subscrevessem representassem, pelo
menos, 50% e mais um dos trabalhadores sindicalizados. Esta postura
contribuiria para a unidade na acção dos trabalhadores
sindicalizados perante uma eventual necessidade de lutar pelas
reivindicações que defendiam, além de poder também contribuir
para uma maior sindicalização.
Para levar à prática estas
significativas e importantes alterações é imprescindível que os
activistas sindicais comecem a promover a discussão desta matéria e
rompam com o tabu.
AFERIR
A REPRESENTATIVIDADE SINDICAL
FORTALECE A DEMOCRACIA
A que propósito "contrato" vem escrito como "contraCto"?
ResponderEliminarA cor do horto gráfico tem as costas largas.
(^_^)